Como
já estou próximo aos 50 anos às vezes lembro-me de alguns fatos que os jovens
nunca ouviram falar, hoje vemos a televisão com homenagem aos artistas,
assistencialismo e quadro apelativos, mas hoje me lembrei do programa
apresentado pelo J. Silvestre (um grande apresentador na minha opinião) que
tinha um quadro essa é sua vida, aonde trazia uma personalidade, um artista e
contava a história do mesmo, desde o seu nascimento aos dias atuais e junto das
histórias vinham algumas pessoas que participaram dessa trajetória ao palco.
Era um programa que mostrava a carreia como os de hoje, mas acho que com mais
profundidade. Sou saudosista e às vezes fico vagando no passado, como me disse
um amigo é necessário desvincular do passado e viver o presente, concordo em alguns
pontos, mas o passado é o que nos transformou no que somos e o que
nos da experiência para o futuro.
Aqui
no meu blog quando criei foi com a intenção de trazer o que eu fazia no rádio
para a internet, aqueles que não tinham oportunidade de ouvir o programa aos
domingos ou se queria escutar novamente o que eu falei para tirarem dúvidas, as
simpatias, as dicas, as entrevistas, enfim tudo que acontecei no meu programa
de rádio era transferido para o blog, ai depois de que três políticos compraram
a rádio e me dispensaram porque não fazia o seu estilo eu continuei com o blog
falando da cidade, expondo minhas opiniões e de uns tempos pra cá desanimei ou
parei, mas a média de visita diária ao blog continua 60 pessoas por dia, mesmo
sem publicar nada, neste dia 06 de janeiro, foram 81 pessoas, acham que aguardam
os meus comentários, ainda mais as vésperas de eleições, e o interessante é que
são pessoas de todos os cantos do mundo: Alemanha, Brasil, Estados Unidos e
outros, acho que são leopoldinenses radicados nesses países.
Mas
vamos ao que interessa, hoje resolvi que para desvincular do passado é preciso
falar dele e expor pra fora sentimentos, mágoas, alegrias e decepções e quem
sabe serve para os mais jovens como exemplo ou simplesmente como divertimento.
Por isso hoje lanço no meu blog o quadro ESSA É SUA VIDA.
Vamos
ao primeiro capítulo, como se fosse uma novela, é claro que de pouca audiência
e poucos interesses, pois sou um simples trabalhador e falador, lingudo para
alguns, autêntico para outros, complicados para muitos e conselheiros para
outros...
Pelo
que sei por poucas conversas com meu pai, houve um período onde meus pais foram
morar em Cianorte, Paraná, e lá parece que meu pai tomava conta de uma loja de
um dos meus tios. Como meu pai ficou sem a mãe por volta dos onze anos, minha tia
com nove e o caçula com quatro, com isso cada um saiu para cada lado, meu pai
foi morar com um tio por parte de mãe em Ouro Preto, minha tinha com um tio por
parte de pai e o caçula com uma tia por parte de mãe, que coincidentemente veio a ser a mesma tia veio me criar, mas no futuro saberá. Eu e meu irmão mais velho
nascemos em Cianorte, meu pai levou os dois irmãos para lá e parece que ai a
vida desandou, ou seja, não deu certo para ele, nunca contou o por quê? Mas em
um bate papo com ele um dia ele me falou de suas mágoas e decepções, pois falou
de que quando sua irmã casou ele ajudou no enxoval e na última hora a irmã
disse que não o queria no casamento dela e acredito que ele não foi, disse que
já pagou dívidas de outras pessoas para ajudar e veio para Leopoldina, neste
período acho que trabalhou na Tyresoles, morou um tempo na casa de parentes e
depois no Bairro Seminário, pelo menos me recordo da casa até hoje apesar de
nunca ter voltado lá. Em Cianorte
adquiri a doença de Mal de
simioto (de simio = macaco), que era subnutrição, dizem que fiquei tão magro,
tão raquítico que parecia um macaco, dai o nome da doença, mas na época não se sabia muito da doença,
mas conseguiram me curar, acho que por isso fiquei poucas vezes doente na vida,
peguei anticorpos. Um período a minha mãe estava grávida de minha irmã e meu
irmão teria queimado os pés e por isso para ajudar o casal Chiquinho e Carmosa
se ofereceram a ficar tomando conta de mim, eu deveria ter de dois para três
anos, e meu pai por saber que eles não tinham filho sugeriu que deixasse
naquele período com eles, o que perdurou até o fim das suas vidas. As lembranças
de crianças são poucas, sei que a dificuldade no passado era enorme e que não
havia as facilidades que hoje os jovens têm. Meu irmão em uma brincadeira de
arco e flecha teve a infelicidade de ser atingido em uma vista na menininha do
olho e perdeu a visão do mesmo, minha mãe depois de nós três ainda teve mais
três filhos, sendo que os três primeiros Francisco, Marcus e Carla tinham a
diferença de um ano para cada um e depois vieram Marcellus, Fabricius e
Alessandro com uma diferença de dois anos entre cada. Segundo familiares minha
mãe teve nos últimos três filhos eclampsia e fui eu uma das vezes informada que
já havia morrido, para quem não sabe é o aumento da pressão arterial, mas voltou
isso, por certo deixou algumas sequelas como manias que ela possui até
hoje. A minha infância foi normal,
brincava com os garotos da rua, tinha algumas amizades que me recordo como a
Jaqueline e José Flávio, filhos do João Machado da Guarda Mirim, lembro-me que
uma vez ao brincar com aquelas folhas que caem de coqueiro, onde fazíamos de
canoa cortei a perna e tomei seis pontos e ficou a cicatriz, que nem sei se
ainda existe. Na época as brincadeiras eram de bang bang, policia e bandido
pique esconde e outras, infelizmente não fui fã de bola e nunca gostei de
futebol.
Quando estava para ir para a escola o antigo Grupo Novo (E.M. Botelho
Reis) que de novo não tinha nada me recordo que as salas eram escoradas por
madeiras para o telhado não cair e foi uma luta para eu ficar na escola, no
primeiro dia a Carmosa comprou no Bazar Emma, acho que é esse nome, um avião de fricção
para me dar se eu ficasse na sala e ai que passei a ficar, nos primeiros dias
subia as escadas para o segundo andar e subi assoviando e tomei um beliscão da
professora que fiquei com o braço roxo, meu tio queria ir tirar satisfação, mas
meus avós (como tratava o Chiquinho e Carmosa) não deixaram, pois eram da paz. Lembro-me
que o quadro era num tripé e quem fazia bagunça era punido para ir para trás do
quadro e com isso lá era cheio de brinquedos e nós ficávamos brincando, peguei
gosto e acho que sou fã de marionetes, aquelas que colocamos nas mãos e damos
vidas aos bonecos devidos essa fase. Lembro-me
de todas as professoras, algumas ainda convive um tempo após sair do grupo, mas
dona Lúcia no pré-primário, Dermi no primeiro ano, dona Wanda (do Zé Américo)
no segundo e dona Terezinha (que nunca mais vi e nem sei se ainda esta viva e
nunca tive notícias dela e acho que esse é o seu nome, poucas lembranças dessa
época) no terceiro ano e a Nilma Junqueira, que depois veio se torn ar esposa do
deputado Bené Guedes, na quarta série. Um dos fatos interessantes é que para
impressionar a minha professora, Dermi, passei perfume na boca para poder falar
mais cheiroso com ela kkkk, coisas de criança. Nas brincadeiras gostávamos de
brincar de fogueira e uma vez jogaram na fogueira uma embalagem de desodorante Rexona
e tinha um pouco dentro, aquilo esquentou e veio um jato de desodorante e
queimou minha perna entre os joelhos e dona Wanda e José Américo passavam para
me pegar em casa e levar a escola na ida e volta. Da escola recordo que uma vez
tomei um soco do Claudinho da Moto, pois alguém havia falado com a professora
que ele havia feito algo e a professora, que na época pegava os cadernos dentro
de sala para dar visto, chamou a atenção dele após minha passagem e não fui eu
que o dedurei, mas apanhei assim mesmo. Lembro também que uma vez pedi para ir
ao banheiro e a professora achou que estava de gracinha e acabei fazendo xixi
nas calças, uma vergonha danada, hoje dou risada.
Meu sonho sempre foram dois
na época do grupo tocar na bateria no desfile de sete de setembro, mas nunca
consegui e carregar uma bandeira, isso aconteceu no ultimo ano carreguei se não
estiver enganado a bandeira do distrito Federal. Mas sempre participei de festa
junina, de festas na escola, há poucos anos tive o prazer de recuperar uma foto
do nosso pré-primário, onde a Vanilde tinha e me emprestou para tirar cópia,
acho até interessante, na época cada aluno segurava uma pasta com seu nome o
que facilita a nossa lembrança dos nomes, Sete de setembro na época era uma festa, pois cada escola queria
aparecer mais que a outra e dona Juracy Barbosa era cuidadosa e fazia um senhor
desfile. Hoje vou parar por aqui, fecha-se o primeiro capítulo... Outro dia vem
o segundo, mas gostaria de saber a opinião dos leitores, pois quem sabe isso é
para mim uma coisa importante e como alguns dizem é uma exposição
desnecessária... Gosto de falar e reviver os momentos e de trocar opiniões.
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Um sonho realizado na quarta série |
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