quinta-feira, 28 de abril de 2016

Essa é sua vida ... um aprendizado na Brahma....parte 8

Quando no final de 1990 fui convidado pelo Luiz Carlos Naya para assumir a Rádio Cidade eu fazia um programa de 20:30 à 1 hora da manha na Rádio Jornal, além do Jornal Integração de 11:45 as 12:00 e cuidava do escritório da emissora. Pensando nos atritos que já havia tido com o José Américo durante nossa gestão conjunta, pois eu era subgerente e ele gerente, procurei dois amigos que conversaram comigo: o Ivan Moraes que me disse vai que estarei como técnico te dando total apoio em tudo que precisar e o outro foram o então patrocinador da Rádio e proprietário da SAFIRA (Brahma),
 Nei Ribeiro que me falou vai, pois chegou a hora de você alçar novos voos e se caso não der certo estarei aqui para te ajudar. A proposta realmente era irrecusável, pois na Jornal ganha um salário e o resto em comissão que poderia chegar até cinco salários de acordo com as vendas e na Rádio Cidade seria cinco salários na carteira. Mas após tantos disse me disse, a inflação alta no final dos seis meses estava ganhando um salário e meio, pois pedia aumento para meus companheiros, mas nunca fui de reclamar de salário meu, acho que o patrão é que tem que valorizar os seus funcionários e reconhecer, sempre fui dessa visão. Antes de pedir demissão na Rádio e TV Cidade liguei para o Nei e ele me disse Marcus tenho um cargo na parte financeira, mas não posso te pagar muito, um salário inicial ta bom, logo aceitei e fui para a Brahma. Lá aprendi como funcionava uma matriz e filial, aprendi como lidar com bancos realmente, fui da área financeira e depois com o advento do computador passei a acumular financeiro e CPD e a Ana Maria que hoje está na SEMAR foi minha companheira no financeiro e até hoje fala que se aprendeu a trabalhar e ter organização foi graças a mim que a ensinou. Depois passei para o Marketing, fazendo visita aos bares e pelo conhecimento fui responsável por três grandes festas da época: feira da Paz, Festa de Palma e Festa de Piacatuba, e uma curiosidade as três foram tão bem feitas que não houvesse uma reclamação e o Nei em uma reunião disse se devia ter algo errado, pois sempre ouvia reclamações.  Mas uma coisa que eu tinha com os colegas da Brahma para esse resultado era tratar todos por igual, o motorista, ajudantes, o Tião que era o responsável pelos luminosos e enfim fazia a união da equipe. Na passagem pela Brahma aprendi a ser um auditor sem ser formado para tal, descobrir roubos em vários setores e quando levava ao Nei ele se espantava e às vezes não acreditava e eu cheguei até a provar com o pega em fragrante em certa ocasião. É claro que com uma equipe grande sempre havia aqueles que a gente não se dava bem, na época posso citar o Marcelo Lopes (que hoje não esta mais entre nós)m, pois era o contador da empresa e todos tinham que dar satisfação a ele, como se fosse o gerente e eu por lidar direto com o Nei às vezes pedia licença, ou não ia trabalhar por esse ou aquele motivo e comunicava ao Nei diretamente e isso o Marcelo ficava mordido. Como eu sempre dizia se posso falar com o dono da porcada, pra que falar com os porcos, claro que na época eu apenas pensava se eu lidava direto com o patrão para que intermediário. Havia uma confiança enorme em mim pelos meus patrões que muitas vezes eles deixavam os cheques da empresa, os pessoais assinados e eu controlávamos a sua utilização. Havia um supervisor que não gostava de mim e eu também não me dava bem com ele e lembro uma vez que num curso de garçom no Clube Leopoldina ao beber com o Nei sempre foi fraca para bebida e falante ao normal, imagina bêbado, o mesmo me cutucou perguntando sobre a minha opinião sobre o mesmo na frente de várias pessoas, ai falei o que achava, até que o supervisor chegou perto e o Nei começou a me cutucar nos pés para que eu parasse de falar eu virei e falei:” Nei você me cutucou para soltar o verbo agora não adianta me chutar que vou continuar falando, pois não to falando mentira é a minha opinião”, todos riram e eu continue a dar minha opinião mesmo na presença do mesmo. Lembro que quando fiz a feira da Paz o desfile era às 16 horas e a abertura era às 17 horas e eu e o Tião ficamos lá colocando os luminosos e esperando a entrega dos freezers e os mesmos, mandado pelo supervisor de vendas, chegou às 15 horas mais ou menos e os piores freezers, ou seja, na hora da festa a cerveja estaria totalmente quente e iria me queimar, eu com a liberdade que tinha ligamos para dona Luzia esposa do Nei que também era dona e pedi se podia ir até vista alegre e comprar gelo para colocar nos freezers e evitar o desgaste e assim o fez. Às 17 horas para surpresa de todas as cervejas estava no ponto e decepção de quem quis me prejudicar. Na Brahma foi o único local onde teve uma reunião que fui chamado a atenção pela eficiência, numa reunião o Nei reuniu a equipe de venda, o gerente da filial da rodovia, Marcelo e disse: “O Marcus só falta querer ir carregar o caminhão na fábrica como ajudante, pois tudo ele abraça e o pior dar certo”. Fiquei com o Nei até o final da Safira no último dia que estávamos eu, Nei, Marcelo e dona Luzia o Nei disse algo que não vou relatar aqui por questão de ética, mas que realmente fiquei chocado e triste e pensei, nossa depois de tudo que fiz ouvir isso é o fim da picada. Mas não guardei magoa e depois fui para a DAMATA quando uniram a SAFIRA e a DILESTE da família Calil, voltando à origem da Brahma antes da divisão.  Fiquei seis meses sem registro, pois estava na fase inicial da empresa e fiquei responsável pelo CPD e na época havia a troca do vasilhame do guaraná Brahma que foi o que derrubou a Antarctica e que no futuro acabou sendo adquirida pelo grupo AmBev. Lá não fiquei porque me sentia que como a união era recente havia dois grupos o grupo do Nei e o Grupo dos Calils e eu que sempre fui fiel ao Grupo Damata não me senti bem e como na SAFIRA nós tratávamos todos desde o faxineiro até o dono igual me senti um pouco constrangido, pois por fazer parte da equipe do escritório havia um distanciamento dos demais funcionários, como dizem o chão de fábrica. Em certo dia um dos donos passou por mim e ofereceu carona e havia três pessoas comigo, um motorista e dois ajudantes, ai perguntei vai levar todos, o mesmo disse que não, ai resolveu ficar com os demais e aguardar outra carona. No dia seguinte o dono me disse Marcus você tem que saber diferenciar as coisas você faz parte da equipe de escritório e há diferenças, é claro que essa visão por certo mudou muito de 94 para hoje, hoje todos são considerados colaboradores e a falta de experiência do dono e o jogo de cintura meu fez com que eu pedisse demissão, me recordo que ganhava quase cinco salários na época.
Em tempo o Marcelo Lopes que na época da Safira não se dava bem comigo depois foi um dos meus melhores amigos e através dele durante os 11 anos que fiquei desempregado ele me ajudou muito dando serviços de free lance em seu escritório e reconheceu que eu estava certo na época da Safira em alguns pontos de vista e quanto à família Calil, em 2011 voltei a ter contato com um dos donos da Damata, como meu professor e tenho certeza que a visão que ele provavelmente tinha de mim em 94 modificou-se, pode me conhecer melhor como pessoa e como aluno e profissional. Narro tudo aqui, mas não tenho mágoas dessa época às coisas boas foram sempre maiores que a mágoa e fico feliz até hoje quando encontro com alguns motoristas, ajudantes que me cumprimentam e se lembram de mim daquele tempo passado tantos anos, deixei lá amigos.
Pelo momento é só e para finalizar, não tenho tanto contato com os atuais donos da DAMATA e principalmente com o Nei Ribeiro e quando preciso de uma referência cito o mesmo e o aviso e por várias vezes ele me disse: “Não precisa me avisar, pois conheço você e seu caráter e só posso falar bem de você”. Fico feliz com isso, pois dos ex-patrões que tive muitos ao sair sempre me elogiaram mesmo não estando nas empresas como Gerci Ribeiro do Vale, Walter de Paula, Nei Ribeiro e outros que não me lembro.

No próximo conto como foi o meu período negativo na época na minha visão, mas acho que foi o que deveria ter acontecido depois que passou.

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