quinta-feira, 28 de abril de 2016

Esta é sua vida...recordações de Astolfo Dutra ... parte 4

Ontem falei de algumas passagens, mas vou voltar a Astolfo Dutra, quando criança quando ia a cidade passar uns dias com meus pais e irmãos acontecia alguns fatos interessantes: quando brigava com meus irmãos eu dizia vou falar com meu pai e meu irmão e eu vou falar com o meu pai, como se nossos pais fossem diferentes.  Lembro-me como éramos tão humildes e simples, os meus irmãos adoravam fia olhando a ponte do quintal de casa e ver ônibus, carros, máquinas passando na ponte. Quando ia lá levava um dinheiro para minhas despesas ou para algo que precisasse lembro-me dos carrinhos de plástico que comprava para todos nós brincar acho que na loja da Maria Vaz, se não estiver enganado. Minha mãe teve uma época que tocou uma pensão e que a enchente derrubou, acho que foi o melhor, pois nunca teve tino comercial. Como nunca fui de jogar bola, meus irmãos me apresentava aos amigos e dizia que eu era tão bom de bola que não jogava com eles para não envergonha lós, não recordo muito dos amigos de infância dos meus irmãos, pois a passagem era tão rápida. Só sei que se hoje meus irmãos, em sua maioria, estão casados e tem uma família linda é graças às dificuldades passadas, é graças aos exemplos que tiveram tanto do lado negativo como do lado positivo, pois minha mãe sempre foi uma pessoa supersticiosa, achava que tudo era trabalho feito contra ela, meu pai por causa da bebida deixou a família em alguns momentos passarem necessidades e vergonha, um exemplo foi quando fomos ao clube caramonãs e o porteiro nos avisou olha hoje deixo vocês entrar, mas seu pai vendeu a cota de vocês, uma cota que foi herdada do meu avô paterno Astolfo. Sei que a religião espírita no passado era um problema, pois não combinavam católicos e espíritas e isso afetava de alguma forma a todos, mas os tempos mudaram e hoje essa discriminação não existe, Deus é um só. Lembro que quando jovem ia muito ao barracão e lá esbaldava, bebia e curtia o carnaval, os bailes, apesar de nunca saber dançar, a única vez que tentei pisou no pé da garota, mas como lá eu era apenas o papão e não o garoto do rádio podia aproveitar e como tinha amigos que hoje não os vejo há mais de 20 anos, ou melhor, tinha colegas. 
Eu e minha irmã Carla na festa de 10 anos
Mas apesar de tudo tivemos infância, lembro que quando completei 10 anos meus avós fizeram uma festa com o desenho do tio Patinhas, acho que foi a única festa que tive e minha irmã, primos, parentes e vizinhos estiveram presentes. Lembro que quando tirei fotos dos meus irmãos com aquelas máquinas de filme, infelizmente as fotos acho que sumiram nunca as encontrei, por certo acredito que tenha dado a eles e mandaria revelar outras e não o fiz. Sabe a vida nos deixa marcas que ficam na memória, como fui criado pelos meus tios avós, quase não conheci a família da minha mãe, alguns tios sim e poucos primos como o Bira, Mariângela, Ana Paula, Patrícia e outros que não me recordo no momento, mas conviver mesmo muito pouco.

Uma das lembranças tristes que guardo foi uma foto postada na história anterior, da minha primeira comunhão, pois como as coisas eram difíceis tínhamos poucas fotos e a Carmosa fez questão de que levasse uma foto de lembrança para meus pais, algum tempo depois achei a foto jogada no quintal, toda molhada, ou seja, o que representou para mim não teve o mesmo significado para eles. Realmente nunca comentei isso com ninguém, mas não sei se foi por descuido ou por descaso.  Quando ia sair em Astolfo Dutra geralmente saia com minha irmã que era mais despachada e me dava bem com ela e os meus irmãos eram mais caseiros, muitos me imaginavam que eu era namorado dela ou então os que conheciam achavam que era homossexual por só andar com ela. Lembro-me de uma passagem no carnaval, quando no último dia todos pulavam na piscina do Caramonãs e eu já tonto ao invés de ir até a piscina subi aaas escadas e fui embora para casa sem avisar ninguém, meus amigos ficaram me procurando achando que havia afogado. Outro fato era que um dia bebi caipifruta de uva e cheguei a casa e dormi no beliche na parte de cima, mas o retorno veio e meus irmãos ficaram assustados e disse ele ta colocando sangue pela boca, meu irmão me perguntou onde estava minha carteira para comprar um remédio, ai olhou no bolso e disse perdi. Meu irmão foi para a festa da Semana Portuense e anunciou que havia perdido a carteira, no outro dia a carteira estava na minha bolsa, ou seja, cheguei guardei e me esqueci, meu irmão ficou bravo. Outra coisa que me lembro de nunca tive amnésia por causa de bebidas, apenas acho que fazemos o que temos vontade e nos soltamos e é mais fácil falar que não sabíamos o que fazemos.  Outro fato que recordo foi quando a minha família veio me avisar que minha irmã estava grávida, vieram com rodeios, e eu falei eu já sabia, pois naquela época antes dos 18 anos havia visitado uma pessoa que fazia previsões com a imagem de santo Antonio dentro de um copo, e nesta época, como sempre fui curioso fui lá, acertou tudo: que não iria servir o exercito e teria que mudar de cidade por causa do trabalho, que minha irmã iria ser mãe e outras coisas na época. Um adentro sempre fui curioso e queria conhecer todas as coisas da vida, já fui à cartomante, em centros de umbanda, e posso dizer há muitos charlatões nesta área, mas há alguns que acertam. Já fui até com um padre que queria ter essa experiência e o acompanhei, mas ficam aqui duas dicas: quem cobra desconfie e quem fala em morte não acredite, pois já fui num que colocava um papel branco dentro de uma bacia d´água e aparecia um caixão, ai falava que haveria uma morte na família, coisa fácil de fazer: você pega uma vela e passe no papel, depois deixe secar, e quando molha aparece a imagem gravada com a vela. Descobri a farsa. Por hoje chega... Amanha volto...

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