quinta-feira, 28 de abril de 2016

Essa é sua vida ... minha primeira campanha eleitoral 1994.. parte 9

Em Julho de 2014 eu sai da DAMATA e naquela época não tive mais o seguro desemprego e nem o FGTS, pois já havia tirado na época da Safira, mas como andava estressado e muito nervoso resolvi largar tudo e trabalhar por conta própria eu fazendo filmagens e a minha esposa fazia doces para fora. Morava eu, minha esposa, minha filha de três anos e meus avós Chiquinho e Carmosa. Era ano de eleição municipal e o então candidato Márcio Freire me mandou procurar a sua coordenadora de campanha, Lúcia Gama, para trabalhar em sua campanha, mas naquela época o Márcio tinha um código de cores de bilhetes e dependendo da cor do mesmo os seus assessores atendiam ou enrolavam o que levava o bilhete. Fui ao encontro da coordenadora e ela ao vê disse que não havia função para mim na campanha e caso aparecesse algo ela me procuraria, mas que achava difícil conseguir algo. Na
época existia a TV CIDADE e o então candidato Márcio Freire contratou e compraram aparelhagens para produzir seus programas de TV, eu saio do comitê e liguei para o concorrente dele, apoiado pelo então prefeito José Roberto, e uma curiosidade na época o prefeito José Roberto era brigado com o Júlio César via até justiça e numa vez ele foi visitar o comitê do candidato e o Julio estava lá o Zé Roberto entrou com sua mãe pela porta da frente e saíram com Júlio pela porta dos fundos, o candidato era José Newton Ferreira e me ofereci a fazer parte de sua campanha e ele me chamou para um comitê perto da Igreja São José, na época fiquei sabendo que o Márcio ao saber do ocorrido mandou um taxista me procurar para contornar o problema, mas não me encontrou.
A campanha foi uma beleza, com minha aparelhagem simples e com baixa verba de campanha eu produzia um programa diário para o programa de prefeito e dos vereadores, ficava no comitê na casa da BR 116, onde havia o estúdio e gravávamos os programas. Nossa hoje vejo que foi um trabalho profissional, descobrimos que o vice do Márcio, Darcy Resende, tirava votos segundo pesquisas e foi afastado do vídeo, ai com o Dércio da Capetinga gravamos uma paródia sobre a propaganda da sadia, onde uma criança de olhos vendados passava a mão sobre os presuntos e escolhia o sadia. Ai colocou os três vices prefeitos da época, em fila e o Dércio passava a mão, e na hora da gravação a caixa de vídeo caiu justamente na imagem do Darcy e ai o Dércio escolhia o Eli Neto e quando passou sobre a imagem do Darcy com o som ele brincava “Ué o vice do outro sumiu”, em outra gravação saímos na rodovia e o Dércio saia do meio das árvores e perguntava “Cadê o vice” e a propaganda era baseada na música, já que o candidato Zé Newton gostava de dançar e o colocava dançando com os seus eleitores. 
Uma característica a campanha era que a câmera acompanhava o Zé Newton 24 horas por dia e a única exigência feito pelo candidato a mim era para que não utilizasse imagem de pobreza para mexer com os eleitores, não explorar a dificuldade alheia para ganhar votos.  Um erro de campanha foi quando as pesquisas deram que o candidato Zé Newton estava na frente ocorreu um debate na Igreja do Rosário, e eu fui contra a sua participação, pois nos outros marcados o então Marcio Freire que estava à frente não participava, mas pelo Eli ser muito religioso aceitou e houve um erro de estratégia, o Zé Newton ao invés de se concentrar para o debate foi fazer campanha no distrito de Abaiba e na hora do Debate chegou cansado e na hora do debate houve uma falha no microfone do Zé Newton (acho até hoje que foi de propósito) e o mesmo perdeu a calma e brigou com o sonoplasta e a campanha do Márcio usou essa cena constantemente dizendo que o Zé Newton não estava preparado para emocionalmente para ser prefeito, mas nós debatemos essa tese. Lembro que foi a maior carreata já vista em uma campanha eleitoral que vi. Para se ser ideia a carreata estavam no bairro Pirineus e a sua continuidade estava na COHAB nova, onde nossa câmera filmava os carros do outro lado, a polícia teve problemas para fazer a carreata sair do alto dos Pirineus, pois a COHAB nova, a pracinha do ginásio, pracinha do urubu e o bairro Pirineus e COHAB velha ficaram interditados de tantos carros. As vésperas da eleição a Globo veio entrevistar Zé Newton como candidato eleito segundo as pesquisas. Lembro que tive um problema na reta final, pois além de produzir eu apresentava os comícios, eu apresentava os programas de TV e por pedido do Dr. José Roberto na reta final ele queira que o Arnaldo Spindola assumisse a apresentação dos programas de rádio, nisso eu simplesmente não falei nada, peguei meus equipamentos e fui embora, pois ninguém acreditava na vitória, quando estava na frente ai começaram aparecer aqueles que queriam apoiar de última hora. Com isso Zé Newton foi atrás de mim e retornou com o que estava sendo feito. Lembro que para fazermos o programa de rádio eu pedia ajuda a alguns para comprar fitas cassetes e para a TV, levávamos o programa ao ar e pegava a fita novamente e gravávamos o outro programa na frente, pois não tínhamos dinheiro pra a campanha. Eu só ia a casa para dormir e tomar banho no final da madrugada. Lembro que ao encerrar a campanha o Zé Newton e seus assessores me disseram que não precisariam mais de mim para acompanhar a apuração, que era manual e um fato aconteceu à noite Zé Newton fechou o dia com alguns votos de frente e ao abrir o dia seguinte os votos que estavam à frente para Zé Newton começaram no lado do Márcio Freire e o Zé perdeu, apesar de fazer a maioria da câmara de vereadores.   Na prestação de contas o Zé Newton me procurou para que eu assinasse uma declaração falando que havia feito a campanha gratuitamente e o representante do PT me procurou querendo que eu assinasse um documento dizendo na época que havia recebido R$ 5,00 por cada programa produzido para prefeito e vereadores e me recusei, pois era mentira, não sei o que ele fez, disse que era para ganha um dinheiro do diretório estadual, com isso depois desse fato nunca mais votei no PT.
Na realidade após a campanha fui para São Paulo e quando retornei o José Geraldo Machado, Gué, me procurou e me deu um salário mínimo pela campanha, pois não achava justo ter feito tudo de graça, mas foi uma iniciativa pessoal dele pelo que sei. E quando retornei encontrei com o Wesley Moraes que fez parte da campanha também e o mesmo me gozou “Marcus você que vestiu a camisa, fez a campanha pro Zé Newton e no final quem virou assessor da câmara indicado pelos vereadores da campanha do Zé foi o Arnaldo”, ao encontrar com uma vereadora eleita ele disse que realmente eles haviam se esquecido de mim, pois nunca fui de cobrar nada e como sempre digo acho que aquele a qual prestamos serviços ou ajudamos é que tem que se lembrar de e valorizar as pessoas.  Depois disso coordenei a campanha do Nei Ribeiro em outra ocasião, mas sempre o avisava que corria o risco de não ser eleito, pois ele apesar de ser uma boa pessoa não era tão conhecido e a equipe que ele montou não traziam votos, acredito que em sua maioria tiravam voto. Resultado o Nei perdeu para o seu funcionário na Brahma.

Depois eu volto com mais casos...

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