Durante anos fui funcionário da
Rádio Leopoldina, depois de um tempo fui transferido para a Gazeta de
Leopoldina e tive uma passagem rápida pela rádio São João Nepomuceno e sai da
rádio Jornal por não concorda com a gerência da época, depois retornei como subgerente
na gerência do José Américo, neste período tive que mandar embora funcionário
que adulterou microfone shure quando o gerente descobriu, enfim sai da Rádio
Jornal com o filme queimado, pois todos acreditavam que eu era perseguidor, na
realidade cumpria ordens e outra vez agia realmente pensando em preservar a
emissora. Outras passagens do rádio interessante, no final de 1990 o então
deputado Sérgio Naya, através de seu irmão Luiz Carlos Naya, me convidou para
assumir a gerência da 104 FM e no dia 01 de janeiro de 1991 conheci
pessoalmente o deputado em sua casa em Laranjal, conversamos muito e achei-o
simpático e direto e o mesmo me fez um desafio colocar no ar uma emissora de TV
que já tinha dois anos que a aparelhagem estava na emissora, como na época aqui
era difícil conectores e tudo era importado, o meu amigo Ivan Moraes aceitou o
desafio e o Manoel Machado e começamos a montar a emissora e naquele ano
fizemos a transmissão ao vivo do carnaval de Rua de Leopoldina, criei o jornal
da Cidade e outros programas, inclusive o Fala Doutor, onde lancei o Dr. José
Roberto para ser mais conhecido já que seria candidato a prefeito nas eleições
municipais. Uma curiosidade Sérgio Naya gostava de se comunicar via fax, pois
era mais barato e tinha um hábito, todos os dias ao meio dia me ligavam para
falar algo ou trocar ideias. A emissora ia muito bem, naquela época havia os
sequestros e Naya uma vez veio se reunir comigo às duas horas da manha, outras
vezes descia de avião no aeroporto e me chamava e trocávamos algumas palavras,
durante o período que trabalhei com ele sempre cumpriu o que combinava comigo;
certo dia chegou nervoso de Santo Dumont e gritou comigo, no outro dia me ligou
pedindo desculpas. A pressão na emissora era grande, pois fofocas políticas
todos os dias chegavam a ele, uma vez entrevistei o vereador Mario Heleno e
ligaram para ele e ele me questionou e ai respondeu: “Sergio se o Mário Heleno
é seu inimigo e fala na sua emissora, quando acusar você de perseguidor ou
falar algo parecido não terá condições, pois ele fala na sua emissora, é melhor
termos os inimigos do nosso lado do que contra e a TV tem que ser independente”,
ele concordou comigo. Uma curiosidade quando assumi a emissora descobri um dossiê
contra mim com tudo que eu falava contra o Sérgio Naya, na época havia distribuído
dinheiro no helicóptero no trevo do pórtico e eu falei o absurdo e que poderia
ter acontecido algum acidente, ai ligou para ele e perguntei o que fazer com o dossiê
e ele responderam: “agora é do meu lado joga fora”. Outra ocasião enquanto os
cabos eleitorais brigavam com os do Lael Varela, ele me ligou e eu perguntei onde
estava ele então falou: “Estou em Tiradentes tomando um uísque com o Lael
Varela”, ai vi que inimigos só na hora da campanha, mas no fim todos se
unem. Sérgio Naya na época da
comemoração do aniversário do Ginásio me deu a missão de comprar cinquenta
caminhões de tijolos e distribuir para os mais carentes, não consegui os
cinquenta, mas certa de 20 desfilaram e o restante foi entregue depois, uma
coisa que me arrependo, nunca tirei um tijolo para mim. Depois eu ficava
cobrando a ele que não me passou o dinheiro para pagar à cerâmica ai ele me
passou um recibo de deposito provando que no dia combinado ele depositou na
conta de uma pessoa que negava a chegada do dinheiro. Outras características
dele conheciam bem as pessoas, o Haroldo Crespo era meu inimigo na rádio e
ligava sempre pra ele falando mal de mil na época, ai ele me contava e para que
o Haroldo achasse que eu não sabia de nada ele trazia latões de cervejas dos
estados unidos e mandava-me entregar ao mesmo e falava: “Ele vai se achar e vai
pensar nossa como o Marcus tem que vir aqui me trazer presentes do Naya, isso é
humilhante”, só não sabia que era tudo combinado. Depois de seis meses de
choque político a minha saída se deu porque o Naya me ligou e estava apoiando o
candidato José Roberto e me deu ordens para colocar tudo que fosse contra o
atual prefeito Marcio Freire, ao qual eu nunca dei apoio político e nunca havia
votado. Por não concordar e por estar cansado de bater de frente com os
fofoqueiros que ligavam todos os dias para Naya falando de mim, resolvi ir ao
gabinete do Márcio e contei a ele que recebi essa ordem e que iria pedir
demissão, apesar de não ser do seu lado, não concordava com esse tipo de coisa,
na hora que estava conversando com Márcio Freire toca o telefone e era o Sérgio
Naya que conversou com ele como um dos melhores amigos, ai vi que fiz a coisa
certa, pois se eu cumprisse a ordem eu é que seria o perseguidor. Na noite
durante o jornal pedi demissão da emissora e fui trabalhar na SAFIRA
revendedora Brahma do Nei Ribeiro. Uma
coisa que pude fazer durante minha passagem pela 104 e TV foi levar aqueles que
estavam perdendo espaço na rádio Jornal como Mário Heleno (que tinha dificuldades
na época de ver a hora certa), o Ubiraci Bartoli (Bira) que foi fazer esportes
e outros amigos, acho que uma das minhas característica é quando posso ajudo
aqueles que precisam sem nenhum interesse e mesmo que as vezes as pessoas
esquecem.
Na revendedora fiquei cerca de cinco
anos e aprendi muito como funciona uma empresa, tive um patrão e patroa que não
me esqueço, quando fui casar não convidei nem Nei, nem Zé Américo para
padrinhos, pois tinha em mente que padrinhos não são por interesse e poderia
ser interpretado como interesse, no meu casamento estava ainda na TV cidade e
Rádio 104, e enviei o convite ao Sérgio pelo Correio a SERSAN e ele me ligou
dois dias antes me falando que não poderia vir e porque não falei com ele que
iria casar, disse que não queria que entendesse como uma obrigação, ele falou
para eu pedir um presente e eu disse que não precisava de nada e ai ele se
surpreendeu e disse uma hora te dou algo que você precise isso nunca se tornou
verdadeiro não por causa dele, mas porque nunca falei sobre isso com ele
novamente.
Sei que alguns ficaram chateados
por não serem chamados a serem padrinhos de casamento, na Safira quando minha
filha teve um problema de saúde uma comunicação entre os dois ventrículos do
coração e uma válvula a menos o Nei me chamou na sala dele e me deu um cheque
assinado e um motorista e falou vai a Juiz de Fora e faça o que for preciso,
nunca esqueci esse fato e sou eternamente grato. Durante os anos de empresa
passei pelo setor financeiro, pelo setor de marketing, pelo setor de
informática e até fiz algumas exposições, como o Nei um dia disse em uma
reunião “Marcus só falta você carregar o caminhão” e nesta época conheci o
então deputado Bené Guedes que era amigo do Nei e por ser o homem de confiança
do Nei me deixou algo que só eu tinha a chave do cofre e quando precisava de
algo Bené me ligava e pedia para separar para ele e pegava comigo. Neste mesmo
tempo houve a campanha do Pacha contra Zé Roberto e eu fui o único a declarar
ao Nei que não votaria no seu candidato e apoiaria o Zé Roberto. Aprendi muito
com o Nei Ribeiro e fiquei com ele até quando se uniu aos Calil e formaram a
DAMATA, depois como estava no inicio e havia dois grupos os do Calil e do
Ribeiro eu resolvi sair e não ficar no meio, pois acima de tudo era DAMATA e
aprendi a conviver com todos os companheiros da distribuidora da faxineira ao
chefe e isso não sentia naquele momento e para não ferir meus princípios pedi
demissão.
Mas nesse período todo deste a
radio LEOPOLDINA, Jornal, TV Cidade e 104, ficam feliz quando me lembro de uma
cadeirante que me ligava de Cataguases dizendo que eu era sua melhor companhia,
quando uma pessoa me ligou e disse que iria tentar o suicídio e por causa de
minhas palavras desistiu, das pessoas que consegui bens materiais, das pessoas
idosas que até hoje ao me encontrarem nas ruas reconhecem minha voz e falam que
faço falta.
Mas depois volto, tenho 10 anos
de desemprego, tenho o retorno ao rádio e TV e a minha atualidade.
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