Hoje resolvi falar um pouco do período do SESI, conforme já mencionei
fui indicado pelo Carlos Heleno Torres de Almeida e convidado pelo presidente
da ACIL, Rodolpho Lannes Rosa para assumir em 10 de janeiro de 2006 a unidade
SESI Leopoldina. Naquela oportunidade uma semana antes havia assumido o cargo
de auxiliar administrativa a Valéria Lacerda e nós dois entramos completamente
no escuro, primeiro porque não haviam informações do passado do mesmo nem
documental e nem nos computadores e segundo porque éramos dois novatos num
mundo totalmente contrário ao que fazíamos. Graças a ajuda do Gerente Regional
da época do SESI, Miguel, é que conseguimos reerguer o nome da unidade. Em
conversa com ele o mesmo me confidenciou que demoraria uns 4 a 5 anos para
reerguer a unidade, mas como eu tinha um bom acesso a alguns setores, a
imprensa e um bom relacionamento em geral em um ano na auditoria feita já havia
sido constatado uma melhoria tanto na parte organizacional, como no nome SESI.
No ano de 2006 fiquei três meses conhecendo os funcionários
e o que acontecia na unidade, aí fui a Muriaé fazer um curso de cuidados da
piscina e em março a unidade se tornou independente da matriz da ACIL, sendo
tudo resolvido nela própria desde o pagamento ao registro de novos associados,
sempre seguindo os critérios do SISTEMA SESI conforme mandava o contrato de
parceria.
Uma curiosidade que só depois de alguns anos eu fiquei
sabendo foi que com uma semana de SESI tive que me ausentar pois minha filha
foi fazer uma cirurgia cardíaca em São Paulo e com quinze dias chegou um senhor
na unidade para vistoriar a escola de Esportes, seria o Rui Malta, ele chegou a
noite e veio me pedindo informações como quantidade de alunos, quantidade de
professores, como era utilizado os manuais e tudo que se relacionava ao esporte
na unidade e eu quase sem dados nenhum falava com ele sem muita propriedade do
assunto e informava que estava tomando pé da situação e não havia dados
anteriores e que seria bom ele me repassar algumas informações. Depois de
algumas visitas a unidade o Rui me confidenciou que ele havia sido contratado
naqueles dias e estava no Espírito Santo quando mandaram ele vir a Leopoldina
vistoriar a unidade e ele também não conhecia muito bem o assunto Escola de
Esportes, ou seja, os dois um tentando passar algo para o outro e os dois se
auto enganando, demos muita risada sobre esse fato na ocasião. Mas conforme
falei com o gerente Regional Miguel pude aprender e reestruturar a unidade e o
Rodolpho que tem um lado muito humano só me fez uma recomendação não mande
ninguém embora, de uma chance a todos de mostrarem seus serviços. Durante esse
período recebi por várias vezes a visita da área técnica esportiva do SESI,
Rui, Daniela e João Paulo que vinham vistoriar a unidade, que tinha que ter os
profissionais com o perfil avaliado e de acordo com as exigências do SESI,
neste ponto que veio a demissão da sobrinha do Bené Guedes, que foi uma
solicitação de desligamento por parte de uma vistoria. Durante um bom tempo
fiquei com Edson Bob que virou meu coordenador, Marcelo (Marcelinho) e a Sheila
Iglesias, sendo que o Bob cuidava do Vôlei e Basquete, Marcelinho da natação e
futsal e a Sheila da Hidroginástica, foram tempos áureos, uma equipe redondinha
como podíamos dizer, pois tudo caminhava com tranquilidade e um diferencial dos
três profissionais na época gostavam do que faziam e vestiam a camisa, tinha
empolgação e disposição para fazer a escola crescer. Mas o Marcelo veio a
passar nas primeiras etapas do concurso de Bombeiros de Minas Gerais e pediu
para sair e a Sheila por estar com problemas no CREF teve que se desligar na época,
ai passaram outros profissionais que não me recordo a ordem mas Gisely, Joel,
Fabiana, Renata Gonçalves, Paulo Maximiano, Raphael Zangirolani e Felipe Senra,
não sei se esqueci de alguém, pois faz 10 anos é muita gente, todos de uma
forma ou outra ajudaram a construir a escola de Esportes SESI que chegou em um
ano de 240 alunos e acho que todos os profissionais cumpriram seus papéis e
dois tive realmente que mandar embora devido a avaliação dos profissionais do
SESI. Em 2008 a 2010 nós tivemos lá uma equipe que era o pré cefet comandada
pela professora Valéria Benatti e que foi um show de bola também, pois o índice
de aprovação foi muito grande e o CEFET mesmo nos indicava para os alunos que
desejavam entrar na unidade de Leopoldina, sem contar os concursos da polícia
civil, os resultados nos vestibulares, era uma equipe de profissionais nota 10,
não vou me recordar de todas as professoras então fica meu agradecimento a toda
em nome da Valéria que coordenou o mesmo e que me ajudou financeiramente nos
primeiros anos do SESI. Na área da beleza tivemos a Natali de Cataguases, a
Cláudia e a Izabella que formaram muitos profissionais na área de cabeleireiro
e em 2010 foi a pronatec em parceria com a prefeitura, graças novamente a
Valéria Benatti, tivemos os cursos de maquiagem, artesanato, corte costura,
administrativo, cabeleireiro, manicure com excelentes profissionais
também. Como tinha um programa aos
domingos nos dias V (dia do Voluntariado que acontecia aos domingos,
inicialmente em dezembro e depois em agosto, várias foram as transmissões do
SESI ao vivo com a ajuda e participação do Bruno Farinazo e outros companheiros
de rádio. Na realidade o SESI foi crescendo e apesar do movimento ter caído nos
últimos anos, os associados foram mantidos, pois muitos pagavam para poder
utilizar no verão e a seleção natural de associados acontecia naturalmente,
pois quando o ambiente melhora quem não se adapta sai. Não vou falar que foram
só vitórias, durante 7 anos consecutivos alguns associados cerca de 30 fizeram
abaixo assinados para me tirar do SESI, outros para retirar minha esposa que
mantinha o Bar e alguns até chegaram a ir em casa de presidentes para fazer
queixas sobre minha pessoa, mas no final não dava certo, pois a regra minha era
para todos e dentro das possibilidades do clube atendíamos a contento a todos
sem discriminação. Até brinco com um dos
ex associados: tanto vocês quiseram me tirar, que o último abaixo assinado até
motoboy para pegar assinatura em casa de associados eles pagaram e teve 39
assinaturas o que não representava 1 por cento dos associados, agora o SESI
fechou e eu sai e levei vocês todos juntos.
Como em todos os locais sempre criamos alguns ex colegas que
ficaram com raiva no meu caso acho que três apenas que me lembro, os demais não
guardaram mágoas e nem ficaram de nariz torcido, houve até alguns que quando
sofri um processo na justiça trabalhista por danos morais me procuraram
espontaneamente para serem minhas testemunhas de defesa e eu ganhei neste item,
se houve condenação por algo já não me cabia a culpa pois não era de minha área
de conhecimento na época. Uma ressalva alguns até hoje me agradecem por ter dado a chance a alguns que tinham perseguição política, envolvimento em drogas e há aqueles que nunca havia tido sequer a carteira assinada e lá foi o primeiro emprego.
Bem como nesses 10 anos tive quatro diretores: Rosenberg,
Carlos Heleno, Almir Bártoli e Vinicios e sempre me dei bem com todos, alguns
diretores da Acil sei que não concordavam com algumas de minhas atitudes e
achavam que eu aparecia mais que eles. Em uma ocasião chegaram a prever a minha
saída e houve a intervenção do SESI para evitar isso, mais precisamente no
final de 2009. Hoje que estou fora vejo a estrutura do SESI e reconheço que
apesar de ser pequeno atendia a todas as áreas do associado e com qualidade,
defeitos e problemas temos em todos os locais e lugares, ninguém consegue
agradar a todos.
Hoje ao encerrar esse ciclo fico feliz que aqueles que mais
convivi em âmbito estadual como o pessoal da GLE, Rui, Daniela, Igor Renato e
João Paulo (que hoje é o gerente da área de esportes do SESI) se tornaram
amigos ou sempre estiveram prontos para me ajudar, orientar e os gerentes
regionais como o Miguel, Bara, José Eduardo, José Alexandre e Marcelo (esse
muito pouco contato e num momento conturbado de fechamento de unidades) sempre
me dei bem. Fico triste que o ciclo fechou não por minha vontade e nem por
minha desistência, há coisas que estão acima de nossas forças e nossas
capacidades e como eu disse há aqueles que sempre queriam a devolução do SESI,
mesmo nestes dez anos em que a ACIL não teve que colocar nenhum dinheiro na
unidade, pois em uma associação há a votação e a maioria na hora é que vence,
sei que o atual presidente Cláudio Moura votou para a continuidade mas foi
derrotado pela maioria e por isso optou por não continuar a tocar a unidade
como se fosse um clube local.
Hoje sei que poderíamos ter feito muito mais, que poderia
ter crescido muito mais, em 2010 nossa participação era de 85 % de renda
própria e 15% de recursos do Sistema SESI, mas por decisões superiores acharam
que deveriam mudar e o SESI passou um período crítico e se recuperou com a
parceria SESI, ACIL e Prefeitura com o Pronatec e pagou suas dívidas com a
matriz e retornou a viver com as próprias pernas. Acho que fiz o meu melhor,
naquele momento e graças a experiência adquirida nos empregos anteriores e
atual e com o incentivo do Gerente Regional da época, José Antônio Bara, fiz
meu curso de Administração onde aprendi a teoria o que fazia na prática.
Quanto aos colegas do sistema tive quatro: Valéria Lacerda,
Maxsiley Moreira, Janaina e Júnior e acho que dentro das possibilidades
formamos uma boa parceria e se fiz algo que os incomodou ou que julgaram errado
no momento, não ficou sequelas por minha parte e a maioria se tornaram e
continuaram meus amigos. E os funcionários, acho interessante, alguns antes do
SESI fechar retornaram para rever os companheiros de trabalho demonstrando que
apesar de saírem não desligaram o vínculo afetivo e sei que aqueles que pude
ajudar, ajudei dentro de minhas possibilidades e se magoei algum por certo são
ossos do ofício pois comandar uma equipe gera problemas e as vezes temos que
tirar alguém para não desandar a equipe toda.
Enfim o SESI foi um aprendizado e acima de tudo um momento
de alegria em poder trabalhar com as indústrias, os alunos e parceiros e fazer
o lado social fluir no meu coração e em alguns da minha equipe. Sinto apenas
que ficará na saudade, pois a vida passa, as oportunidades passam e a
recordações ficam.
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