quinta-feira, 28 de abril de 2016

Essa é sua vida.... um pouco do período do SESI..parte 15

Hoje resolvi falar um pouco do período do SESI, conforme já mencionei fui indicado pelo Carlos Heleno Torres de Almeida e convidado pelo presidente da ACIL, Rodolpho Lannes Rosa para assumir em 10 de janeiro de 2006 a unidade SESI Leopoldina. Naquela oportunidade uma semana antes havia assumido o cargo de auxiliar administrativa a Valéria Lacerda e nós dois entramos completamente no escuro, primeiro porque não haviam informações do passado do mesmo nem documental e nem nos computadores e segundo porque éramos dois novatos num mundo totalmente contrário ao que fazíamos. Graças a ajuda do Gerente Regional da época do SESI, Miguel, é que conseguimos reerguer o nome da unidade. Em conversa com ele o mesmo me confidenciou que demoraria uns 4 a 5 anos para reerguer a unidade, mas como eu tinha um bom acesso a alguns setores, a imprensa e um bom relacionamento em geral em um ano na auditoria feita já havia sido constatado uma melhoria tanto na parte organizacional, como no nome SESI.
No ano de 2006 fiquei três meses conhecendo os funcionários e o que acontecia na unidade, aí fui a Muriaé fazer um curso de cuidados da piscina e em março a unidade se tornou independente da matriz da ACIL, sendo tudo resolvido nela própria desde o pagamento ao registro de novos associados, sempre seguindo os critérios do SISTEMA SESI conforme mandava o contrato de parceria.
Uma curiosidade que só depois de alguns anos eu fiquei sabendo foi que com uma semana de SESI tive que me ausentar pois minha filha foi fazer uma cirurgia cardíaca em São Paulo e com quinze dias chegou um senhor na unidade para vistoriar a escola de Esportes, seria o Rui Malta, ele chegou a noite e veio me pedindo informações como quantidade de alunos, quantidade de professores, como era utilizado os manuais e tudo que se relacionava ao esporte na unidade e eu quase sem dados nenhum falava com ele sem muita propriedade do assunto e informava que estava tomando pé da situação e não havia dados anteriores e que seria bom ele me repassar algumas informações. Depois de algumas visitas a unidade o Rui me confidenciou que ele havia sido contratado naqueles dias e estava no Espírito Santo quando mandaram ele vir a Leopoldina vistoriar a unidade e ele também não conhecia muito bem o assunto Escola de Esportes, ou seja, os dois um tentando passar algo para o outro e os dois se auto enganando, demos muita risada sobre esse fato na ocasião. Mas conforme falei com o gerente Regional Miguel pude aprender e reestruturar a unidade e o Rodolpho que tem um lado muito humano só me fez uma recomendação não mande ninguém embora, de uma chance a todos de mostrarem seus serviços. Durante esse período recebi por várias vezes a visita da área técnica esportiva do SESI, Rui, Daniela e João Paulo que vinham vistoriar a unidade, que tinha que ter os profissionais com o perfil avaliado e de acordo com as exigências do SESI, neste ponto que veio a demissão da sobrinha do Bené Guedes, que foi uma solicitação de desligamento por parte de uma vistoria. Durante um bom tempo fiquei com Edson Bob que virou meu coordenador, Marcelo (Marcelinho) e a Sheila Iglesias, sendo que o Bob cuidava do Vôlei e Basquete, Marcelinho da natação e futsal e a Sheila da Hidroginástica, foram tempos áureos, uma equipe redondinha como podíamos dizer, pois tudo caminhava com tranquilidade e um diferencial dos três profissionais na época gostavam do que faziam e vestiam a camisa, tinha empolgação e disposição para fazer a escola crescer. Mas o Marcelo veio a passar nas primeiras etapas do concurso de Bombeiros de Minas Gerais e pediu para sair e a Sheila por estar com problemas no CREF teve que se desligar na época, ai passaram outros profissionais que não me recordo a ordem mas Gisely, Joel, Fabiana, Renata Gonçalves, Paulo Maximiano, Raphael Zangirolani e Felipe Senra, não sei se esqueci de alguém, pois faz 10 anos é muita gente, todos de uma forma ou outra ajudaram a construir a escola de Esportes SESI que chegou em um ano de 240 alunos e acho que todos os profissionais cumpriram seus papéis e dois tive realmente que mandar embora devido a avaliação dos profissionais do SESI. Em 2008 a 2010 nós tivemos lá uma equipe que era o pré cefet comandada pela professora Valéria Benatti e que foi um show de bola também, pois o índice de aprovação foi muito grande e o CEFET mesmo nos indicava para os alunos que desejavam entrar na unidade de Leopoldina, sem contar os concursos da polícia civil, os resultados nos vestibulares, era uma equipe de profissionais nota 10, não vou me recordar de todas as professoras então fica meu agradecimento a toda em nome da Valéria que coordenou o mesmo e que me ajudou financeiramente nos primeiros anos do SESI. Na área da beleza tivemos a Natali de Cataguases, a Cláudia e a Izabella que formaram muitos profissionais na área de cabeleireiro e em 2010 foi a pronatec em parceria com a prefeitura, graças novamente a Valéria Benatti, tivemos os cursos de maquiagem, artesanato, corte costura, administrativo, cabeleireiro, manicure com excelentes profissionais também.  Como tinha um programa aos domingos nos dias V (dia do Voluntariado que acontecia aos domingos, inicialmente em dezembro e depois em agosto, várias foram as transmissões do SESI ao vivo com a ajuda e participação do Bruno Farinazo e outros companheiros de rádio. Na realidade o SESI foi crescendo e apesar do movimento ter caído nos últimos anos, os associados foram mantidos, pois muitos pagavam para poder utilizar no verão e a seleção natural de associados acontecia naturalmente, pois quando o ambiente melhora quem não se adapta sai. Não vou falar que foram só vitórias, durante 7 anos consecutivos alguns associados cerca de 30 fizeram abaixo assinados para me tirar do SESI, outros para retirar minha esposa que mantinha o Bar e alguns até chegaram a ir em casa de presidentes para fazer queixas sobre minha pessoa, mas no final não dava certo, pois a regra minha era para todos e dentro das possibilidades do clube atendíamos a contento a todos sem discriminação.  Até brinco com um dos ex associados: tanto vocês quiseram me tirar, que o último abaixo assinado até motoboy para pegar assinatura em casa de associados eles pagaram e teve 39 assinaturas o que não representava 1 por cento dos associados, agora o SESI fechou e eu sai e levei vocês todos juntos.
Como em todos os locais sempre criamos alguns ex colegas que ficaram com raiva no meu caso acho que três apenas que me lembro, os demais não guardaram mágoas e nem ficaram de nariz torcido, houve até alguns que quando sofri um processo na justiça trabalhista por danos morais me procuraram espontaneamente para serem minhas testemunhas de defesa e eu ganhei neste item, se houve condenação por algo já não me cabia a culpa pois não era de minha área de conhecimento na época. Uma ressalva alguns até hoje me agradecem por ter dado a chance a alguns que tinham perseguição política, envolvimento em drogas e há aqueles que nunca havia tido sequer a carteira assinada e lá foi o primeiro emprego.
Bem como nesses 10 anos tive quatro diretores: Rosenberg, Carlos Heleno, Almir Bártoli e Vinicios e sempre me dei bem com todos, alguns diretores da Acil sei que não concordavam com algumas de minhas atitudes e achavam que eu aparecia mais que eles. Em uma ocasião chegaram a prever a minha saída e houve a intervenção do SESI para evitar isso, mais precisamente no final de 2009. Hoje que estou fora vejo a estrutura do SESI e reconheço que apesar de ser pequeno atendia a todas as áreas do associado e com qualidade, defeitos e problemas temos em todos os locais e lugares, ninguém consegue agradar a todos.
Hoje ao encerrar esse ciclo fico feliz que aqueles que mais convivi em âmbito estadual como o pessoal da GLE, Rui, Daniela, Igor Renato e João Paulo (que hoje é o gerente da área de esportes do SESI) se tornaram amigos ou sempre estiveram prontos para me ajudar, orientar e os gerentes regionais como o Miguel, Bara, José Eduardo, José Alexandre e Marcelo (esse muito pouco contato e num momento conturbado de fechamento de unidades) sempre me dei bem. Fico triste que o ciclo fechou não por minha vontade e nem por minha desistência, há coisas que estão acima de nossas forças e nossas capacidades e como eu disse há aqueles que sempre queriam a devolução do SESI, mesmo nestes dez anos em que a ACIL não teve que colocar nenhum dinheiro na unidade, pois em uma associação há a votação e a maioria na hora é que vence, sei que o atual presidente Cláudio Moura votou para a continuidade mas foi derrotado pela maioria e por isso optou por não continuar a tocar a unidade como se fosse um clube local.
Hoje sei que poderíamos ter feito muito mais, que poderia ter crescido muito mais, em 2010 nossa participação era de 85 % de renda própria e 15% de recursos do Sistema SESI, mas por decisões superiores acharam que deveriam mudar e o SESI passou um período crítico e se recuperou com a parceria SESI, ACIL e Prefeitura com o Pronatec e pagou suas dívidas com a matriz e retornou a viver com as próprias pernas. Acho que fiz o meu melhor, naquele momento e graças a experiência adquirida nos empregos anteriores e atual e com o incentivo do Gerente Regional da época, José Antônio Bara, fiz meu curso de Administração onde aprendi a teoria o que fazia na prática.
Quanto aos colegas do sistema tive quatro: Valéria Lacerda, Maxsiley Moreira, Janaina e Júnior e acho que dentro das possibilidades formamos uma boa parceria e se fiz algo que os incomodou ou que julgaram errado no momento, não ficou sequelas por minha parte e a maioria se tornaram e continuaram meus amigos. E os funcionários, acho interessante, alguns antes do SESI fechar retornaram para rever os companheiros de trabalho demonstrando que apesar de saírem não desligaram o vínculo afetivo e sei que aqueles que pude ajudar, ajudei dentro de minhas possibilidades e se magoei algum por certo são ossos do ofício pois comandar uma equipe gera problemas e as vezes temos que tirar alguém para não desandar a equipe toda.

Enfim o SESI foi um aprendizado e acima de tudo um momento de alegria em poder trabalhar com as indústrias, os alunos e parceiros e fazer o lado social fluir no meu coração e em alguns da minha equipe. Sinto apenas que ficará na saudade, pois a vida passa, as oportunidades passam e a recordações ficam.

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