quinta-feira, 28 de abril de 2016

Esta é sua vida... Religião e outros fatos ... parte 2

Hoje retorno contando um pouco mais da minha história e falo do grupo aonde existia na época a ditadura militar, mas também existia uma visão de moral e cívica da qual acho que hoje esta faltando aos mais jovens. Mas vamos lá, a minha família por parte de mãe sempre foi espírita, sou neto da ANITA BORELA que tem creches, centros espíritas e outras entidades em sua homenagem e dizem que foi uma pessoa diferente, que na sua época ela era utilizada para localizar pessoas desaparecidas, para acalmar pessoas que tinham problemas emocionais e até mesmo dizem os mais antigos que quando estava grávida de minha mãe ela andou sobre o rio pomba para salvar um dos filhos que estava afogando, mesmo sem saber nadar. Por essa questão ao ser criado pelos tios de meus pais, que eram católicos, ia à missa todos os domingos e participava de encontro de jovens e até de teatros e apresentações no salão dom Bosco, lembro que uma vez fiz mímica da música não se vá de Jane e Erondi. Mas no grupo mais ou menos na terceira série era realizada a primeira comunhão e para que eu fizesse fui batizado, e depois disso poucas vezes voltei à igreja, fui me afastando aos poucos. Lembro-me que no dia da minha primeira confissão me colocaram, como todos os alunos, um a um, na sala para confessar com monsenhor Chamel e nós na realidade nem sabíamos o que era pecado direito, fiz minha primeira comunhão e me tornei oficialmente católico. 
Primeira Comunhão
A partir do terceiro ano de grupo comecei a frequentar a Praça de Esportes do Ginásio, pois meu tio Paulo Lisboa trabalhava no Ginásio e poderia indicar alguém para frequentar de graça o mesmo, então durante todo o ano eu ficava junto ao professor Getulio Subirá e nas férias com o professor Gilberto. Naquela época convivi com várias pessoas da minha faixa etária e os mais antigos também, formávamos uma equipe, lá aprendemos o que era equipe, pois dividíamos os trabalhos para ajudar o velho Zé na limpeza da piscina e para fazer a piscina funcionar para angariar fundos para manter-la durante o ano seguinte. Nesta época paralelamente eu ajudava ao Nestorzinho Explosivo na papelaria MEC FAE, onde existiam na época posso lembrar a papelaria Real (a rica que tinha brinquedos e materiais de papelaria) e a Papelaria Araújo (do Lolinho se não me engano). Com Nestorzinho aprendi a mexer com dinheiro, pois era o caixa da mesma, mesmo sendo novo, pois ele confiava em mim e eu sempre seguia as orientações e os pensamentos do meu avô Chiquinho “o homem tem que ser honesto e correto, a única coisa que o homem tem é a sua palavra e seu nome”, apesar de ser um senhor e ser filho de professor ele somente tinha o primário e pelas condições financeiras não pode estudar e se tornou lustrador (lustrava os pianos com verniz), depois torneiro fazendo trabalhados de madeira, já a Carmosa era uma doceira de mão cheia havia herdado da mãe essa profissão.  Na praça de esportes vivi vários momentos felizes e sempre por ser franco uma vez chamei um dos alunos e disse a ele “não vem aqui mais não, ninguém gosta de você e estão te suportando”, pois ninguém tinha coragem de falar, o professor Getulio até me chamou a atenção e disse: você não deve ser direto, mas eu respondi, é melhor ele ficar sabendo do que vir até aqui e ficar fazendo papel de bobo e todos o ignorando. Anos depois voltei a conviver com ele no SESI e a primeira vez que me viu me disse: “Não gosto de você”, mas no final nos tornamos amigos e isso é outra história. Aos 14 anos conhecia já o Julio César o Imperador do Rádio como é conhecido e ele trabalhava no Galeno Moraes e começou a sua carreira na Rádio Leopoldina, acho que ele é um ano mais velho que eu, um dia me chamou para ir até a rádio conhecer e fui. Neste tempo o Arnaldo Spindola que era seu amigo trabalhava lá como operador e Julio como locutor. Conheci o então Francisco Monteiro, que decepção, não pela pessoa, mas pela imagem que eu fazia dele pelo rádio, pois tinha uma voz bonita era simpático e imaginei um homem bonitão, quando o vi pela primeira vez me veio à imagem de um caroço de manga, kkkk, mas com ele aprendi muito. Como já conhecia o Luiz Carlos Montenári pela cobertura das enchentes que ocorreram na cidade naqueles anos onde acho que cinco pessoas morreram, conheci-o pessoalmente. O Chico Monteiro sempre queria inovar, num período ele me colocou no estúdio de gravação e falou fala algo ai e gostou da minha voz e fez-me ser o locutor das vinhetas da rádio na época, gravei várias. Minha estreia no rádio foi como operador de rádio, dando férias ao Arnaldo que trabalhava a noite, lembra-me que estreei a noite e no dia seguinte também teve a estreia do Edgar Vieira com o programa sertanejo, e naquela noite houve um roubo na emissora de um rádio gravador desses modernos grandes que poucos tinham e eu e Edgar fomos interrogados, pois justamente na nossa estreia some o rádio, antes já participava como locutor no Programa do Luiz Carlos Montenari, o DOMINGO ALEGRE, com o quadro as fofocas do papão, vinheta essa gravada pelo locutor da Rádio Globo, através do nosso amigo Tutuca. Um tempo depois, lembro que o Francisco Monteiro, me deu um programa de rádio de duas horas e coincidiu que uma semana após minha estreia era a exposição e eu tive o prazer de entrevistar o Jerry Adriani que era um estouro na época e abriria a exposição de 48 anos, estava tão nervoso que ele que me entrevistou, brincando que quem iria encerrar a exposição era os aboboras selvagens e kid abelha, sendo que na época o nome era kid abelha e os aboboras selvagens. Naquele ano apresentei a exposição com Francisco Monteiro, Berto Oliveira e outros, a exposição era gratuita e era lotada. Um adentro se começar a falar de rádio ai tem muitas histórias, mas volto ao meu período de criança, lembro pouco da minha infância junto aos meus irmãos, que na realidade não entendiam que irmão era esse que vinha pouco em casa e morava com outras pessoas, lembro-me de um circo que eu e meu irmão mais velho Junior fizemos com palitos e bandeirinhas de papel cortadas pela Carmosa no quintal da nossa casa em Astolfo Dutra, uma casa que tinha quatro cômodos, para sete pessoas, pai, mãe e meus cinco irmãos e quando eu ia com a Carmosa era para nove. A Carmosa ficava na cama de armar de ferro, aquelas que quando balança faz o maior barulho, eu por ser visitante dormia no berço e o resto se ajeitava na cama de casal. Anos difícil outra lembrança que tenho é quando subi no morro para brincar com os amigos de meus irmãos e como era cagão (tinha medo de altura) não consegui descer e meu pai teve que me tirar. Para matar a curiosidade como surgiu o apelido papão que todos me conhecem até hoje, segundo meus pais quando nasci tinha o olho puxado e me chamavam de Japão, mas o meu irmão um ano mais velho, Junior, não conseguia falar Japão e falava papão ai pegou.  Outra passagem que me lembro de foi quando chequei mais ou menos uma meia noite em casa e meus irmãos haviam ganhado uma televisão e estavam todos na sala assistindo os chuviscos da TV, ai expliquei que a mesma só retornaria pela manha, pois na casa da Carmosa já havia televisão. Naquela época todos nós éramos inocentes e com as dificuldades não tínhamos muitas coisas materiais. Lembro que meu pai tinha problemas de bebida, mas era um homem bom, nunca soube que bateu em algum filho ou agrediu minha mãe, pelo contrário quando estava de fogo se tornava mais carinhoso, um natal levou todos os filhos para irem a COMETA a loja chique de Astolfo Dutra na época para comprarmos os presentes para nós. Meus irmãos escolheram carrinhos bate e volta, a minha irmã a Suzi, acho que até que andava de bicicleta a pilha e não me lembro de outros brinquedos, eu por saber da dificuldade escolhi o pula pirata, um brinquedo mais barato e bobo, mas que me satisfazia. Lembro-me de outro ano escolhi uma caixa com jogos de dama e outros de tabuleiro. Meu contato com os irmãos eram nas férias ou em algum dia especial, minha infância vivi muito tempo indo para Ouro Preto, pois a Carmosa cuidava dos filhos de seu irmão Moacir e tia Aracy que tinha uma filha com problemas de rins e lembro que morei lá por mais ou menos nove meses e que todos os carnavais e semana santa passava lá com a família do tio Moacir.  Saia na charanga do Carlota, que era um bloco que meu primo tinha e era bem conhecido de todos, depois de mais velho não voltei mais a Ouro Preto, a gente cresce e a vida fica mais difícil. Para quem olhava de fora parecia que a Carmosa e Chiquinho tinham uma boa condição de vida, mas lembro-me quantas noites ela passava acordada para fazer os doces e manter a casa, se aposentou graças a duas pessoas Moacir e Maria Emília, sua sobrinha que pagavam o seu INSS.  Na minha face do Ginásio lembro que reformamos as cadeiras e carteiras, a escola deu a lixa e o verniz e nós lixamos e pintamos, dávamos valor às coisas e sabíamos das dificuldades, os livros eram comprados e mesmo em escolas públicas muitos tínhamos que comprar livros de segunda mão, pois era mais barato. Lembro-me de alguns colegas Aroldo, Ângelo, Danilo, Julio César, Aires, Vânia, Kátia Guida, Kátia Resende, Claudia Rego e muitos outros, não vou lembrar-me de todos é claro faz anos isso e nunca mais nos encontramos a não ser esporadicamente.  Lembro-me de fatos como a briga entre dois alunos e um mordeu e tirou um pedaço da orelha do outro e ficou com o apelido de Canibal, de uma vez o aluno jogar um ovo choco pela janela da sala e todos tivemos que sair por causa do cheiro, mas as brigas eram passageiras. Mas tive excelentes professores vou citar alguns que me recordo: Terezinha Meneghite, Terezinha Machado, Cidinha Machado, Bertok, Sueli, Maria Aparecida, Emereciana, Hudson, Chiquinho, Fernando e muitos outros.  Fatos interessantes aconteceram uma vez dona Emereciana fazia a chamada e não levantava os olhos, quando o último respondeu ela olhou e não havia mais nenhum aluno na sala exceto o último, respondíamos e saiamos da sala. Tive o prazer de estudar com o filho do diretor Marcelo Barroso, o Henrique, um dia ele tava colando e eu sentava perto dele, o professor para não dar zero a ele, deu para mim. Tinha um professor que era o terror, de biologia, Márcio Brugue, que nunca chegava à primeira aula e quando dava zero por alguém colar, dava em todos.

Acho que já falei demais volto depois... Recordar é viver, alguns dizem que viver o passado é depressão, eu acho que é não deixar as coisas caírem no esquecimento e cada capitulo que escreverei poderei voltar a fatos antigos que veem a memória...
Obs. O blog é para me expressar por isso resolvi contar um pouco da minha história e quem sabe enterrar o passado e viver o futuro.

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