Na sexta-feira (4), foi inaugurado pela Administração Municipal de Leopoldina o Centro de Atenção Psicossocial CAPS III, localizado na Praça Senador Botelho, centro. A solenidade, que teve início às 20h00, foi prestigiada por autoridades locais, profissionais da área de saúde e representantes de entidades do município. Discursaram na ocasião a Superintendente de Saúde Mental do Município, Ana Carla Pimentel; Ana Vargas, Presidente do Conselho Municipal de Saúde; a vereadora Kélvia Raquel, representando o Poder Legislativo Municipal; Lúcia Gama, Secretária Municipal de Saúde e o Prefeito José Roberto de Oliveira, o último a proferir seu pronunciamento. "O paciente psiquiátrico sofre preconceitos até hoje por ser considerado doente mental e é contra esse preconceito que nós devemos lutar", afirmou o prefeito, destacando a relevância do CAPS III, que servirá não apenas à Leopoldina mas à toda região. O cerimonial foi concluído com o descerramento das placas inaugurais e a visitação às suas dependências.
Uma mudança histórica
De acordo com as informações prestadas pela Secretária Municipal de Saúde, Lúcia Gama, a criação do CAPS III em Leopoldina é uma mudança histórica para o município, que aceitou a proposta do Ministério da Saúde, e consequentemente o desafio de implementar este novo modelo, mais voltado para a reinserção na sociedade dos pacientes com problemas psiquiátricos. Para a desinstitucionalização de pacientes crônicos após o fechamento dos Hospitais Psiquiátricos, no caso de Leopoldina foram montadas duas residências terapêuticas. "Hoje estes pacientes são pessoas completamente diferentes, o que mostra que o caminho é realmente fazer esta reinserção social. O Centro de Atenção Psicossocial dá apoio a estas residências", comentou Lúcia Gama.
A Secretária esclareceu que o CAPS III atenderá as 15 cidades da regional. "O nosso CAPS trabalha 24 horas, mas nós funcionamos em rede, da qual fazem parte a Saúde da Família, os NASFs e o Hospital - Casa de Caridade Leopoldinense - com quatro leitos psiquiátricos já credenciados. Durante o período noturno a Unidade funciona de portas fechadas, mas se alguém tiver crise é atendido no Hospital e de manhã nós levamos para o CAPS, que funciona de portas abertas no horário de 07h00 às 19h00", explicou Lúcia Gama. "É uma mudança na forma de ver o paciente psiquiátrico. Ele passa a ter um modelo assistencial com o apoio não só do próprio CAPS, mas também do NASF, que tem uma tendência forte para a Saúde Mental. Nós temos a Saúde da Família que dá apoio aos pacientes e que dará suporte ao CAPS, na verdade tudo passa pela Saúde da Família até chegar no CAPS. É um modelo totalmente diferente. Nós que acompanhamos os pacientes nas residências terapêuticas, que desde o dia 4 de setembro estão em funcionamento, sabemos que eles melhoraram, ajudam a limpar a casa, fazem compras, ajudam a fazer a comida, eles saem, e a grande maioria da população nem percebe que são pacientes psiquiátricos", afirmou a Secretária.
Secretaria de Estado da Saúde e Ministério da Saúde ministram cursos de capacitação para as equipes do CAPS III
Dentre os profissionais que atuarão no CAPS III estão assistentes sociais, psicólogos, médicos psiquiatras, atendentes, auxiliares de enfermagem, enfermeiros com especialização em saúde mental, farmacêuticos, auxiliares de serviços gerais e auxiliares administrativos. Representantes da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais e do Ministério da Saúde estiveram no Polo de Saúde Agostinho Pestana, em Leopoldina, onde realizaram na última semana palestras de capacitação para os funcionários que trabalharão no CAPS III. Na terça-feira, 1º de março, o prefeito José Roberto de Oliveira (foto) e a secretária municipal de Saúde, Lúcia Gama, compareceram no Polo de Saúde, numa demonstração de apoio àquela iniciativa e à implantação do CAPS III.
A Dra. Leisenir Oliveira, Consultora Técnica do Ministério da Saúde na área técnica de saúde mental, membro da equipe que esteve em Leopoldina para os cursos de capacitação, explicou que um trabalho está sendo feito em Leopoldina, na Macro Sudeste, desde 2013 com intensificação em 2014 em função do fechamento de alguns leitos do hospital psiquiátrico atendendo a legislação federal, a Lei 10.116, que orienta sobre o redirecionamento da política. Ela comentou que Leopoldina teve uma clínica fechada em 2014 e em função disso o apoio do Ministério da Saúde tem sido mais próximo desta cidade."Numa busca de construir e ampliar uma rede de atenção psicossocial que sustente o cuidado destas pessoas que estavam antes internadas o município inaugura um CAPS III, que é um CAPS 24 horas. Já temos aqui no município a residência terapêutica, leitos no hospital geral, então todos estes pontos de atenção são para dar conta de cuidar destas pessoas, das suas famílias, de trabalhar com a comunidade, como a gente lida com as questões das diferenças. O Ministério da Saúde está próximo deste município para apoiar a construção dessa rede nesse redirecionamento do cuidado em saúde mental", destacou Dra. Leisenir. De acordo com a consultora técnica do MS, a cidade de Leopoldina não tinha nenhum serviço de saúde mental, só a Clínica São José. "Já estivemos aqui em outras oportunidades, em seminários, e já observamos que há uma mobilização da gestão, dos trabalhadores, e isso é o que é mais importante inicialmente, porque mudar alguma coisa, transformar alguma coisa é difícil de convencimento, é uma cultura que a gente tem de um cuidado fechado. As expectativas estão sendo correspondidas porque as pessoas estão envolvidas, estão mobilizadas e está acontecendo. O Ministério Público tem apoiado bastante, o que é muito importante", declarou. Sobre o curso ministrado às equipes da área de Saúde, Leisenir informou que é o grupo do Estado que está fazendo este curso, o Ministério da Saúde está apoiando nesta preparação das pessoas para trabalharem nestes serviços abertos para lidarem com usuários de saúde mental e usuários de álcool e outras drogas em serviços abertos, ou seja, serviços comunitários, que são os CAPS, começando com os CAPS III.
A Coordenadora Estadual de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, Marta Elizabete de Souza, vê o trabalho do município de Leopoldina de uma maneira muito positiva. "A Secretaria Municipal de Saúde está numa atitude corajosa, implantando uma rede de saúde mental que precisa ser implantada. Já implantaram desde 4 de setembro as duas residências terapêuticas e agora estão implantando o CAPS III de funcionamento 24 horas. Eu vejo isso com muita positividade. Aqui estão a Coordenadora da Atenção Primária, a Superintendente de Saúde Mental do Município, a Secretária Municipal de Saúde, e contamos também com a presença do Prefeito demonstrando que ele está interessado nessa política, interessado em que ela seja implantada, dando o apoio que é necessário para a implantação e nós como representantes do Governo Estadual e do Ministério da Saúde temos que dar o apoio que nos compete. Eu fico muito satisfeita em ver a equipe aqui presente, as autoridades, e estamos com uma expectativa muito positiva em relação à implantação desse novo serviço", concluiu.
Rosa Maria e Marina, ambas Referências Técnicas na área de Saúde, também participaram da equipe que esteve em Leopoldina ministrando os cursos de capacitação.
Ana Carla Pimentel, Superintendente de Saúde Mental do Município de Leopoldina revelou considerar um privilégio poder participar deste momento histórico do município. "Nós estamos proporcionando um serviço substitutivo, de qualidade, de forma que possamos trabalhar a reinserção destas pessoas na sociedade garantindo a elas os direitos que elas têm enquanto cidadãs, e isso é muito gratificante", observou.
Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Leopoldina.
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