sábado, 12 de dezembro de 2015

Um desabafo com um pouco da minha história, afinal o blog foi criado para me expressar

Esse blog foi criado quando um tinha um programa de rádio nas manhas de domingo e os mais íntimos sabem que eu não ganhava nada com esse programa, apenas conseguia os patrocinadores para cobrirem os custos para pagar a rádio, pois rádio estava vinculado em minha vida e lá eu me soltava, descontraía e passava mensagem e recebia pensamentos positivos dos ouvintes. Pois para quem não sabe comecei no rádio aos 14 anos e muitas vezes pessoas deficientes físicas (em cadeira de rodas) me ligavam para dizer que estavam felizes por minha causa, quantas vezes ao ouvir uma mensagem minha me ligavam e diziam estava em ponto de cometer um suicídio e você me ergueu. Isso para mim era o maior presente.
Como todos sabem eu vim para Leopoldina quando tinha um ano e após os três anos passei a ser criado pelo casal Francisco Resende (um lustrador ou marceneiro como diziam) e a Carmosa (Doceira de mão cheia), meus pais viveram um tempo aqui em Leopoldina e depois mudaram para Astolfo Dutra. No passado a vida não era fácil como hoje, tudo era difícil, minha família em Astolfo Dutra eu os via em alguns períodos de férias, e engraçado, pela falta de convivência quando eu e meus irmãos brigávamos os dois lados diziam: vou contar pro meu pai. A vida de minha família não foi fácil, meus irmãos passaram muito aberto, dificuldades financeiras, pois meu pai apesar de ter um coração enorme tinha a bebida como companheira e isso o faziam ser um pai irresponsável, mas que nunca judiou dos seus filhos. Eu por outro lado fui criado com mais carinho e até mais mordomia, pois o casal não tinha filhos e me paparicava. Lembro-me do meu primeiro dia de aula no Botelho Reis, subi as escadas, onde ficava a imagem de nossa senhora assoviando e tomei um beliscão que ficou o braço roxo por mais de três dias e com isso nunca mais aprendi a assoviar. Lá estudei por anos com as professoras Lúcia, Dermy, Terezinha, Vanda e Nilma. Nesse meio tempo por saber bem matemática ajudava ao Nestorzinho em sua papelaria, sendo geralmente caixa dele e cuidando do dinheiro da mesma e desde o meu terceiro ano de grupo comecei a frequentar a praça de esportes no verão com o Professor Getúlio Subirá a tarde e o Professor Gilberto pela manha e isso foi dos meus 8 até os 18 anos diretos, só diminui um pouco o ritmo de ajudar na praça de esportes por que comecei a trabalhar aos 14 anos, na praça de esportes a piscina funcionava para que pudéssemos ter dinheiro durante o ano para comprar as bolas, o material de piscina e manter a mesma funcionando, não havia a facilidade que hoje os jovens têm. Lembro um ano que nós alunos do ginásio reformamos as carteiras, o diretor deu a lixa e o verniz e nos lixamos as cadeiras e carteiras e passamos vernizes. Minha geração tinha brigas corriqueiras de alunos, lembro-me do Haroldo (há anos que não o vejo) que um dia jogou ovo choco dentro de sala, lembro quando o Julio mordeu a orelha do Danilo e a professora o chamou de canibal e o apelido pegou durante um tempo. Foi uma infância e juventude que éramos felizes apesar de não termos os recursos tecnológicos dos dias atuais, na minha rua brincávamos de pique, de Bang-Bang, enfim de brincadeiras de rua, bola nunca fui chegado, sou um perna de pau. Aos 14 anos fui contratado pela rádio jornal para ser operador de som e depois de um tempo fui locutor e fiquei anos nela, nesse período era onde funciona hoje o sindicato rural e lá passamos grandes momentos: o Chico Monteiro que via disco voador, os picapes que tremiam o transmissor no alto do arranca toco que não tinha casas e era barro, lembro-me de quando um tênis meu ficou a sola enterrada na lama. Usávamos a conga ou o kichute, aprendi muito sobre como lidar com as pessoas com o Getulio, Gilberto, Nestorzinho e outros.

Como fui criado pelo Chiquinho ele sempre falava: homem tem que ter palavra é a única coisa que não podemos perder a credibilidade. A Carmosa lutava para manter a casa com seus doces e tinha a ajuda para se aposentar do seu irmão Moacir de Ouro Preto e de sua sobrinha Maria Emilia do Rio de Janeiro. Os anos passaram trabalhei na Rádio Leopoldina, na Rádio Jornal que trocou o nome e depois Gazeta de Leopoldina e depois retornei a Rádio Jornal, trabalhei com José Américo, aprendi muito com ele, mas como já mencionei tinha um temperamento difícil e várias vezes tivemos nossas desavenças de opinião, mas mesmo após estarmos fora do rádio ele sempre me elogiava e quando assumi o SESI ele falou esse menino vai consertar o mesmo, mas antes de ir para o SESI, trabalhei na Rádio Cidade 104 e criei a TV Cidade lá foi apenas 6 meses não aguentei a pressão política e o ponto máximo foi quando o prefeito Márcio Freire estava no poder e o então candidato a prefeito José Roberto iria concorrer à eleição e o Sérgio Naya, uma pessoa que não posso reclamar sempre me tratou muito bem, cumpria o que combinava comigo, gritou uma vez comigo e depois me ligou pedindo desculpas, mas nesta época ele me ligou e disse: Marcus coloque todos os problemas da cidade na TV, quero que você detone o Márcio para erguermos o José Roberto ao qual ele estava apoiando. Naquele momento eu que já estava cansado de tanta fofoca de certos puxas sacos com ele, desci da Rua João Gualberto e procurei o Prefeito Márcio Freire em sua sala e informei à ordem que havia recebido e que não iria cumprir, pois não achava o certo e neste momento o telefone toca e era Sérgio Naya conversando com o Márcio como grandes amigos, o Márcio Freire pode confirmar essa história. Resultado vi como funcionava a política se eu metesse o pau eu era o que estava perseguindo, mas isso é coisa de política, pois quando assumi a rádio cidade havia um dossiê contra mim e em um telefonema ao Naya perguntei o que fazer ele falou você agora esta do meu lado queima tudo e me falou que estava em Santos Dumont tomando uísque com o Lael Varela, e o povo durante a campanha quase me matava defendendo cada um dos seus candidatos. Nessa época conheci o então deputado estadual Bené Guedes e muitos outros políticos inclusive o Dr. José Roberto que disputou contra o Pachá e a campanha do mesma saia da SAFIRA, do meu então patrão na época Nei Ribeiro e eu fui o único funcionário que tive coragem de falar com o Nei que votaria no José Roberto mesmo ele apoiando o Pachá. Fiquei 4 anos e pouco com o Nei aprendi como funciona uma empresa, passei momentos delicados na vida com a minha filha que apresentou um problema de coração e o Nei me chamou e disse: toma aqui o meu talão de cheques assinado e um motorista vai atrás do que for preciso, nunca poderei agradecer isso. Como todo ser humano o Nei tem defeitos, mas muita qualidade depois trabalhou na DAMATA e por não concordar com o que estava acontecendo no seu inicio e parecia que havia dois grupos o do Nei e do Calil, e eu ficava no meio do tiroteio, pois achavam que eu por ter vindo do grupo do Nei era inimigo dos Calil, como sempre fui da seguinte opinião se não estou satisfeito largo tudo, naquela época ganhava 5 salários, sai da empresa e fiquei 10 anos desempregado. Depois de anos fui fazer administração e para minha surpresa o Ricardo Calil foi meu professor e acho que ai ele me conheceu melhor e hoje posso considera ló amigo, apesar de nunca o ter considerado inimigo. Neste período trabalhei com o Gama Filho na TV Cidade, trabalhei na Rádio Nova e montei a TV Opção, mas como eram ilegais foram fechadas, depois de anos o Junior da rádio conseguiu que eu comprasse um horário de rádio aos domingos na jornal AM e ai participei como coordenador da campanha do então candidato Bené e por me verem lidando com o dinheiro da campanha honestamente o Carlos Heleno Torres de Almeida me indicou para o Rodolpho Lannes, presidente da ACIL para assumir ao SESI. Durante esses 10 anos desempregado fiz alguns trabalhos de pesquisa, de levantamento de bens patrimoniais com o Marcelo Souza, participei da Campanha Natal sem fome com o Enéas e depois discordei, pois usou como campanha política. Os 10 anos sobrevivia com um salário mínimo da minha avó e o meu avó Chiquinho e a Carmosa passaram a casa que vivo para meu nome em uso e fruto e foi motivo de briga da família e o que eles haviam criado antes de mim rompeu o relacionamento que durou por cerca de 10 anos, após a morte do Chiquinho a Carmosa veio a doesse e no final de sua vida foi triste sofreu de mal de Alzheimer e esqueceu-se de todos, inclusive de mim, apenas minha esposa que não. Passamos maus moçados, lembro-me que quando fui para o SESI a Carmosa já havia falecido e eu vivia de filmagens e a minha esposa fazendo os doces da minha avó, era tudo incerto, neste momento apareceu um anjo da guarda chamado Laura que nos ajudava no que podia, dando carinho, atenção a minha filha, presenteando a com brinquedos e roupas as quais não podíamos por não ter condição, alguns familiares ajudavam como podiam e eu na semana que fui trabalhar no SESI por não ter roupa adequada comprei 5 camisas de malha para os dias de semana e uma semana após eu assumi minha filha teve que fazer uma cirurgia cardíaca em São Paulo, pois apesar de tudo desde os seus nove meses pagamos Unimed para ele sempre preparados para o caso de necessidade. Durante esses anos de Brahma, desemprego e SESI viveram muitos desafetos, muitas satisfações, lembro-me quando o prefeito Márcio Freire me chamou em seu gabinete, quando da época da TV Opção e me deu um valor altíssimo para pagar um posto de gasolina e disse para mim, isso é para você limpar seu nome. Lembro-me dele vindo de madrugada socorrer minha avó Carmosa sem cobrar nada, lembro quando meu avô morreu o Doutor José Roberto esteve comigo dando a noticia para ela no salão do hospital. Lembro que quando meu avô morreu alguns parentes da minha esposa e alguns da Carmosa ajudaram nas despesas do velório, pois não tinha como pagar, lembra que quando a Carmosa morreu um parente procurou um irmão dela e disse para não ajudar, pois tinha dois vagabundos dentro de casa e ai a Maria Emília ajudou as economias da poupança antiga que da minha avó pagaram uma parte e quando fui pagar o resto uma prima da Carmosa, Martinha pagou tudo e quando cheguei à funerária me entregaram o recibo e disseram está tudo quitado. Nos anos que passei no SESI, nesses 10 anos sofri desaforos de associados que não concordavam com o meu procedimento, regras eram para todos independente de a ou b, e todos têm os mesmos direitos. Sofri 10 auditorias e nada foi provado contra mim, pelo contrário quando um presidente pensou em me tirar eu avisei ao SESI que deixaria o cargo veio um auditor para pedir para não me tirarem. A vida é cheia de altos e baixos, nunca me curvei aos desafios, não guardo mágoas de várias pessoas que cruzaram meu caminho, é claro que como ser humano nunca esqueço quando fui humilhado, ou pisado, pois quem bate esquece, mas quem apanha nunca esquece. Mas nestes meus longos anos de vida, uma única pessoa que nem vou citar aqui o nome eu tenho sim um ressentimento e já falei e falo para todo mundo que se ele estiver um pouco de vergonha na cara nunca me cumprimente em público e me esqueça, pois se lembrar de dólares, telões, reuniões com a ACIL para me tirar, tentativas na FIEMG para me tirar e por último me tirar àquilo que mais me dava prazer que era fazer o rádio, comprou a rádio e mandou me dizer que eu não fazia o perfil da mesma. Essa pessoa espero que viva muito para sentir na pele quem são seus verdadeiros amigos e para que possa refletir sobre os seus erros e quem sabe ter um arrependimento, não que o perdoe e que o queira do meu lado, já o perdoei uma vez quando me procurou, mas voltou a me trair novamente. Falo isso aqui, pois sou transparente, quanto a ACIL e ao SESI tenho que agradecer aos presidentes, diretores que confiaram em mim, ao SESI MINAS que sempre me apoiaram e espero sinceramente que tenha cumprido a minha missão e feito o melhor pela entidade, sou um ser humano que tenho mais defeitos que qualidade, sou uma pessoa que às vezes choro sozinho ou por dentro, não sei expressar sentimentos, me tornei duro e há pouco quando contei para meus irmãos de sangue o que passei durante os 10 anos eles ficaram assustados, me falaram você nunca reclamou, nunca pediu ajuda e é verdade, cada um colhe o que merece, acho que os 10 anos que passei com os meus avós foram para que eu desse valor a eles por terem me criado e agradeço muito a minha esposa que passou esses apertos ao meu lado, e não tinha obrigação, pois não eram seus parentes e sei que poderia ter tido uma vida muito melhor com outra pessoa, sei que nesses quase 25 anos de vida juntos já fiz sofrer e muito, pois sou uma pessoa difícil e de temperamento explosivo e falo o que penso sem pensar nas consequências e por isso sei que o futuro será difícil com a crise e com minha fama, mas ela esteve ao meu lado até agora e acredito que ficara durante um longo tempo ainda, sei que não sou santo, mas também não sou um demônio, tenho defeitos por ser humano, a aqueles que um dia prejudiquei se o fiz foi porque foi preciso, fico feliz quando encontro com ex-colegas como o Junior que me elogia e olha que devo ter decepcionado ele e muito, quando encontro um Marcos Marinato que me agradece, um Shalon que também várias vezes me falou que fui importante para ele, uma Ana Maria que diz que se aprendeu a trabalhar foi comigo, um Márcio de Castro que tenho pouco contato, mas que por várias vezes me fez elogios e até quis me ajudar. Enfim agradeço a todos, sei que não mudarei, sou igual ao escorpião à essência será sempre a mesma, mas durmo com a consciência tranquila, às vezes a efeito de calmante, pois sofro com as situações dos outros e me sinto impotente e incapaz em vários momentos desta jornada. Mas sei que a luta continua e o amanha será difícil, mas caio e levanto de novo, não tenho dinheiro, não tenho mordomias, mas tenho um bem que aprendi dignidade e honestidade. Desculpe-me o desabafo.
Coloco aqui uma música do Fábio Junior e troco o nome mulher por vida que é o que sinto.

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