terça-feira, 21 de abril de 2015

Comentário sobre o Rádio AM de Leopoldina

                           
Conforme havia comentado aqui em meu blog e sempre faço comentários alusivos ao meio radiofônico, criticando e elogiando, falando o que eu sinto nesse sentido pois o blog quando foi criado tinha por objetivo reproduzir o que acontecia em meu programa de rádio e dar dicas para a comunidade, depois que fui exotado do meio radiofônico ficou com o um arauto para levar minhas opiniões aos que me seguem.
                      Mas vamos aos comentários de hoje: há poucos dias comentei aqui que a novela RADIO JORNAL chegou a um fim, ou melhor, a um novo recomeço. Ontem aconteceu, segundo informações, a reunião onde os novos proprietários e a nova gerência se apresentou para os funcionários e acredito até que devem ter falado dos seus planos para a emissora.
Como não tenho contato mais com alguns radialistas, pois sou uma persona não grata, pois muitos me julgam radical, complicado, encrenqueiro e acredito que sou sim, pois na questão de profissionalismo sou muito perfeccionista, radical sim no quesito respeito ao ambiente de trabalho e enfim acho que sou muito correto e isso incomoda a alguns.
                            Mas voltando a Rádio Jornal, eu tive um breve contato via face com o novo gerente, desejando a ele   boas vindas e acima de tudo que não desanimem com o desafio e ele me respondeu que está tudo nas mãos de DEUS. E vi que o mesmo passou a me acompanhar pelo face através de um amigo comum entre nós. Mas aqui como sempre falo faço meus comentários sobre o rádio, principalmente o AM e até TV, pois são minhas duas paixões, por ter trabalhado anos em ambos. E como ex radialista tenho algumas observações a fazer sobre a atual situação das rádios AM do interior, no nosso caso, Leopoldina:
                         No meu tempo, anos atrás, a rádio apesar das dificuldades técnicas eram feitas por amor, quantas e quantas noites passavámos arrumando transmissor, mesas, gravações, a rádio Leopoldina (Hoje Jornal) coisa que acho que não deveria ter sido mudada pois LEOPOLDINA indentifica a emissora e a cidade, não tinha as vezes estudios de gravação e houve épocas que gravavamos propagandas após a retirada do ar.  Meu carinho pela emissora é porque comecei como operador na mesma aos 14 anos, depois de um mês virei a voz da vinhetas, e dai para frente fui locutor, responsável pelo escritório, sub gerente e por fim trabalhei por terceirização, porque na época a paixão falava mais que a razão, e meus patrocinadores eram apenas para cobrir a despesa de compra do horário. Mas como estava dizendo, antigamente a emissora era referência na cidade, tudo que acontecia na mesma eramos presentes: eleições, festas da cidade, plantão policial, carnaval, exposições e outras coisa mais, mas presente como repórteres e não apenas para aproveitar a festa e colocar som direto e ficar no local bebendo e aproveitando a festa, acho que por isso não tenho o habito de participar das festas, cresci no outro lado do evento, nos bastidores, fazendo coberturas.
                       Hoje sinto que o rádio local se isolou da cidade, por exemplo, hoje feriado a cidade recebe vários visitantes e a rádio em sua maioria está enlatada, colocam música e não há a interatividade com o público, ou seja, fica morta quando deveria estar mostrando um trabalho diferenciado a comunidade, aos visitantes, hoje os profissionais do rádio pensam apenas no retorno financeiro e em folga. Sei que é necessária a mesma, mas rádio é como um clube, um hospital outros setores que quando a pessoa descansa nos devemos trabalhar.
                         Lembro de quando fazíamos as coberturas de carnaval com flashs durante o dia dos hospitais, plantões policiais, transmissão de rua, inclusive antes da minha retirada do ar ajudei a alguns momentos nessa cobertura, sem receber por isso, hoje não faço mais isso paixão não pode significar submissão ou papel de bobo, pois como sempre digo por vestir a camisa as vezes somos colocados de lado e temos que ouvir frases como essas: “Você não faz o nosso perfil”, “ Quem roubou roubou, quem não roubou não rouba mais”, “ Só falta você carregar o caminhão”, “ não é possivel que não tenha reclamação, deve ter algo errado” e outras coisas mais que ouvi durante anos de trabalho no rádio e em outros locais.
                         Mas sinto falta hoje de um rádio atuante, com coberturas das festas como desta semana do aniversário da cidade, o retorno financeiro viria em forma de patrocínio, não apenas visando o pagamento por parte da prefeitura. Lembro uma vez que quando era sub gerente, responsável pela programação da emissora, anunciei a cobertura do 7 de setembro e meu gerente impediu porque não era do lado do prefeito da ocasião e eu simplesmente entrei no ar e falei que a transmissão foi cancelada pelo gerente e ele ficou bravo, pois a cidade toda o cobrou. Mas quando se anuncia algo tem que ser cumprido, isso se chama palavra. 
                              Relembrando passagens de rádio lembro quando da cobertura das eleições, na época não era urna eletrônica e tínhamos a concorrência com a FM e nossa equipe no clube leopoldina corria atras da noticias dos boletins e estavamos muito a frente da concorrência e o diretor simplismente colocou a TV no ar falando de resultados nacionais para que a outra emissora nos passasse nas informações, tomei a atitude de proibir os colegas de falarem naquele dia na rádio e o meu gerente chamava e ninguém respondia, ai ele chegou na quadra do clube leopoldina e gritou comigo que ele não era palhaço que estava chamando e ninguém respondia, na frente de todos, ai eu simplismente respondi: “viu como é ruim, a gente aqui correndo atrás, desdobrando para conseguir informações, valorizando a nossa equipe e você ouvindo na caixa a gente chamando e fingindo que não ouvia”, ou seja, dei o troco e ele ai reconheceu que estava errado e pediu desculpas.
                             Lembro quando o gerente saiu de férias e como eu era o seu substituto me pediu para chamar a atenção de alguém que era seu amigo e que se me derespeitasse era para demiti-lo, ou seja, na inocência da época fui usado para conseguir seus objetivos e ganhei um inimigo. Pois aconteceu isso ao chamar a atenção o radialista gritou “ Não aceito ordens de um moleque”, pois era bem mais jovem que ele e resultado mandei ele embora.
                          Lembro que nas dificuldades técnicas termos microfones shure era um luxo e quando um funcionários trocou a capsula dele por um pessoal e descobri e foi mandado embora, depois até retornou, mas acredito que temos que zelar pela manutenção do local de trabalho e principalmente dos bens da emissora e por isso hoje há restrições a mim por alguns radialistas.
                       Lembro que o local de trabalho deve ser preservado, não podemos fazer do mesmo uma arruaça, ou até mesmo de motel, pois radialistas antigamente eram como se fossem pessoas não gratas, e quando no inicio sofás eram feitos de camas e outras coisas mais e com a vigilãncia constante, com disciplina e punição a emissora citada melhorou a imagem durante o período que estive nela, por isso hoje tenho minha imagem positiva dentro e fora do rádio.
                      Acho que a rádio tem que ter espaço para todos os tipos de eventos, religiosos, culturais, policiais, mas com responsabilidade. Eu nos meus anos de rádio já enfretei furias de autoridades públicas, de pessoas que as vezes se sentiram incomodadas com meus comentários, mas nunca fui processado e aqueles com quem briguei no passado se tornaram meus amigos depois e reconheceram que na época eu estava certo.
                             No rádio podemos abordar temas polêmicos, o rádio vive de quadros, mesmo que não acreditamos mas há quem goste, de simpátias, dicas caseiras, momentos de reflexão e outras coisas mais, no rádio a nossa obrigação é criar e ajudar a melhorar o mundo a nossa volta, tocando o funk, mas também o clássico, a boa música, pois nessa mescla conseguimos atingir ao publico e dar opções. Não acho o correto a segmentação em um único foco.  A não ser que seja assumido de vez essa roupagem.
                           Acredito que como no passado, a voz em rádio é importante, mas não a impostação de voz, voz bonita é gostoso de ouvir, mas a autenticidade e simplicidade é mais importante no rádio, pois trás credibilidade e retorno. O rádio tem por objetivo criar uma visão, criar um mundo ao seus ouvintes, lembro que quando ouvia um radialista, que depois foi meu colega de profissão e até meu diretor, imaginava ele um cara bonitão e quando o conheci vi que parecia um caroço de manga chupado, ou seja, uma imagem ilusória que foi desfeita, ou seja, rádio vende uma projeção.
                         Hoje, depois de mais de 4 anos afastado do rádio fico feliz quando uma senhora ao passar por mim no supermercado me para e pergunta: espera ai você é aquele que fazia programa na rádio? Reconheci pela voz e diz que sente minha falta, a falta dos meus comentários. Isso é o Rádio.                              Hoje temos o MONTENARI da AM que faz parte da história do rádio e outros mais, mas pessoas como ele, que tem defeitos, é radical em alguns pontos, mas vivem o rádio como ele deve ser vivido e por isso trás audiência, como eu sempre disse aqui e no rádio o Monté é aquele que a pessoa que tem recursos financeiros não admite ouvir, mas na sua casa quando o rádio esta desligado fala para e sua empregada:”Não vai ligar o rádio e ouvir aquele chato do Montenári?”, ou seja, ouvi por tabela, critica-o muitas vezes e não admite ouvi-lo diretamente.

                       Finalizando acho que o radialista deve ter prestigio, mas acima de tudo não pode apenas querer ter o bônus, ou seja, tirar proveito próprio para si utilizando o rádio, mas deve dar o seu retorno a comunidade colaborando para o seu crescimento. Espero que a Rádio JORNAL volte a ser o que já foi. E em tempo aqui expresso meu sentimento, se gostaram ou não, não é problema meu, pois aqui abro meu coração como se estivesse numa rádio fazendo programas e é a forma de expressar e tentar fazer um mundo melhor para todos nós. Tenho dito... Até mais...
Observação complementar
As rádios AMs do país tinham um prazo de um ano para pedir a mudança para FM, o prazo foi até 2014. Segundo informações os ex donos não fizeram esse pedido. Após a aprovação e autorização as emissoras poderão ficar 5 anos em AM e FM período de adaptação e depois o AM será extinto. A justificativa para acabar com as AM são que haviam muitas interferências, baixa qualidade de som.  Rádios como GLOBO, TUPI, JOVEM PAN e outras grandes emissoras já fazem esse trabalho em ambas as faixas e não houve mudança de programação, ou seja, não viraram musicais, apenas mudaram a frequência para poder melhorar a qualidade e pegarem nos novos aparelhos (smartphones e rádios dos novos veículos). Na Noruega em 2017 extingui-se as FM e passaram a ser digitais, com um agravante é que sua limitação de alcance, as ondas são captadads apenas por quem estiver num raio de cerca de 100 quilometros da estação, segundo reportagem da revista isto é dinheiro.

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